Os Citas foram um povo nômade, um grupo diversificado e culturalmente relacionado, mas que ocuparam principalmente a região do Mar Negro até a China. Os mesmos também são conhecidos como ‘Saka’ ou ‘Scyths’, sendo que os gregos cunharam o termo ‘Citas’. Além disso, essa população viveu cerca de 800 AEC a 300 AEC.
A origem dos Citas
A história dessa população ainda possui muitas controvérsias, alguns escritores dataram a existência dos Citas no século V AEC. e outros no primeiro século AEC. Segundo o historiador grego chamado Heródoto, numa versão mais fantasiosa da origem, esse povo descende do herói Héracles e uma mulher metade cobra e metade humana. Em contraste, o escritor Diodorus explicou que a população migrou de estepes da região sul para o norte.
Com isso, ao decorrer dos anos, os arqueólogos buscaram evidências arqueológicas e genéticas para explicar a origem dessa população. “Parece que o que chamamos de cultura cita surgiu há mais de 2.500 anos, como uma combinação de grupos siberianos, do leste asiático e da eurásia Yamnaya ”, explicou a historiadora Adrienne Mayor, da Universidade de Stanford.
Conforme Mayor, os citas não eram uma população homogênea, estudos até agora comprovam apenas uma enorme diversidade entre os indivíduos, além do uso de muitas línguas diferentes.
Por fim, a decadência dessa população começou logo após uma grande batalha com a civilização persa, durante a dinastia de Dario I. Nesta primeira batalha, graças a cavalaria cita e a vastidão das terras, o exército cita manteve sua hegemonia. Anos mais tarde, no entanto, seu grande poder não parou Filipe II (pai de Alexandre, o Grande) e várias outras disputadas com outro povos.
No século IV EC. os citas foram devastados pelos hunos e inúmeras outras disputas continuaram nos anos seguintes. A historiadora Mayor explica que, embora a comunidade tenha desaparecido próximo à Idade Média, as tradições permaneceram vivas. “Os costumes citas e a experiência em tiro com arco montado continuaram com os partos, os mongóis e outros”, comentou ela.
A organização social
De acordo com os registros, o povo cuidava de rebanhos de gado e cavalos, e a grande maioria das pessoas percorria as estepes em vez de se estabelecer em habitações permanentes. Além disso, estavam organizados em tribos que não estavam unidas politicamente, mas compartilhavam uma língua, cultura, estilo de vestimenta e estilo de arte comuns. Também ainda não há explicação se a sociedade cita tinha divisões sociais acentuadas, como elites hereditárias, mas em muitos aspectos elas parecem ter sido relativamente igualitárias.
Curiosidades sobre a população
Em 1993, uma múmia de uma jovem, apelidada de Princesa Ukok, ela exibia uma série de tatuagens elaboradas, incluindo representações de um cervo, uma pantera e um grifo.
O registro histórico e arqueológico indica que as mulheres citas gozavam de considerável autonomia e privilégio que não seriam rivalizados até os tempos modernos. Por exemplo, muitas mulheres citas serviam ao lado de homens como arqueiras montadas e podiam ocupar cargos de liderança na sociedade cita.
Sendo que uma última curiosidade, que vários escritores clássicos mencionam a vestimenta distinta dos citas, descrevendo os homens usando bonés pontudos, túnicas coloridas e, mais caracteristicamente, calças compridas que chegavam até os tornozelos.
