Descobertos dois novos tubarões pré-históricos

Felipe Miranda
Dentes do Mennerotodus parmleyi. (Créditos da imagem: McWane Science Center, Birmingham, AL).

Duas novas espécies de tubarões pré-históricos foram descobertas por um grupo de pesquisadores no Condado de Lowndes, estado do Abalama, na região do sudeste dos Estados Unidos.

Os tubarões representam duas espécies do mesmo gênero, que receberam os nomes científicos de Mennerotodus mackayi e Mennerotodus parmleyi. Eles são parentes do Tubarão-mangona, ou Tubarão-cinza.

O Tubarão-mangona, apesar de uma aparência agressiva, é uma espécie relativamente dócil, e ataca somente quando é incomodado, conforme o National Geographic.

Comumente, eles se distribuem por águas quentes por todo o mundo, com exceção do leste do oceano pacífico. São encontrados, por exemplo, no litoral do estado de São Paulo.

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O Tubarão-mangona, ou Carcharias taurus. (Créditos da imagem: Wikimedia Commons).

O nome do Mennerotodus mackayi é uma homenagem a John Mackay, o primeiro presidente do McWane Science Center, um museu de ciências e instituição de pesquisa dos Estados Unidos, envolvida na descoberta.

O artigo que descreve a descoberta foi publicado pelos pesquisadores no periódico de paleontologia Fossil Record, editado pelo Museum für Naturkunde, um museu de história natural localizado em Berlim, Alemanha.

Entre os principais autores da descoberta estão Jun Ebersole, diretor de coleções do McWayne Center, David Cicimurri, curador de história natural do Museu Estadual da Carolina do Sul, e o pesquisador George Martin (não, não é o escritor de GOT).

Os fósseis do tubarão, hoje já extintos, são centenas de dentes desenterrados. Acredita-se que o Mennerotodus mackayi viveu há 65 milhões de anos, no período geológico Paleógeno, no Golfo do México.

Enquanto ele surgiu logo após a extinção dos dinossauros, o Mennerotodus parmleyi viveu a partir de um pouco mais tarde. O tubarão surgiu cerca de 35 milhões de anos atrás.

Os tubarões pré-históricos

Os dois tubarões, apesar de serem parecidos, não foram descobertos juntos. Um deles foi descoberto no Alabama e o segundo na Geórgia. Ambos estavam em locais onde hoje é terra firme.

“Esta nova espécie [Mennerotodus mackayi] apareceu logo após a extinção dos dinossauros e, com base no número de dentes que recuperamos, era provavelmente uma das espécies mais comuns no antigo Golfo do México há 65 milhões de anos”, disse Ebersole em um comunicado.

O Mennerotodus parmleyi, que viveu no Eoceno, 35 milhões de anos atrás, foi identificado, inicialmente, como três espécies de tubarões já conhecidas, até que eles olharam mais afundo.

Cicimurri  diz que “Esses dentes foram originalmente identificados como duas ou três espécies diferentes. Entretanto, o pesquisador completa “que nossa análise dos dentes mostrou que eles pertenceram a uma espécie totalmente nova”.

Eles não sabem, entretanto, como ele realmente era. Acredita-se que era parecido com o Tubarão-mangona. Sabe-se que aqueles tubarões constituem duas novas espécies pelo formato e tamanho dos dentes.

“Como nos modernos tubarões Sandtiger, os dentes da frente na boca das espécies fósseis são muito altos e parecidos com presas”, diz Ebersole.

“Esses dentes costumam se projetar pela boca, dando ao tubarão uma aparência de dentes trincados, e eram perfeitos para se alimentar de peixes, caranguejos, lulas e até outros tubarões”, completa o pesquisador.

Uma das principais implicações imediatas do estudo é o fato de que não se esperava encontrar esse tipo de tubarão naquela região, mas aparentemente eles são comuns do sudeste americano.

Cicimurri explica, sobre os tubarões pré-históricos, que “Esses dentes são significativos porque representam a primeira ocorrência de Mennerotodus na América do Norte”.

O estudo foi publicado no periódico Fossil Record.

Com informações de WBRC, Newsweek e McWane Science Center.

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