Descoberto santuário solar tipo ‘Stonehenge’ na Holanda

Damares Alves
Impressão artística do santuário em sua época de glória. Imagem: Alexander van de Bunt

Arqueólogos descobriram recentemente um santuário solar de 4.000 anos na Holanda, escondido perto da cidade de Tiel, num canteiro de obras de um parque industrial. Este vasto local religioso, do tamanho de quatro campos de futebol, parece ter sido construído para alinhar-se perfeitamente com o Sol durante os solstícios de inverno e verão.

Desde 2016, as equipes têm trabalhado neste local, realizando uma série de escavações. Entretanto, o santuário ao ar livre só foi revelado em uma escavação deste ano. Consiste em três túmulos forrados com grandes postes de madeira onde pessoas foram enterradas. Acredita-se que pelo menos 80 pessoas foram enterradas ali ao longo dos 800 anos.

O maior desses montículos tem um diâmetro impressionante de 20 metros e parece ter servido como calendário solar para a comunidade antiga. Eles se reuniam no local sagrado nos solstícios e observavam como o Sol se alinhava diretamente com os montículos.

Solstícios sagrados

“Em torno do maior monte havia uma vala rasa com várias passagens”, explicou a Prefeitura de Tiel em um comunicado à imprensa. “Nos dias mais importantes (21 de junho e 21 dezembro) o Sol brilharia diretamente através delas.” Esses dias são conhecidos como o solstício do verão (dia mais longo) e o solstício do inverno (dia mais curto), respectivamente.

As oferendas encontradas pelos arqueólogos também parecem indicar a importância destes dias sagrados. “Encontramos esqueletos de animais, crânios humanos e objetos valiosos nos locais onde o Sol brilhava diretamente através das passagens”, disse a Prefeitura.

Descoberta inédita para a Holanda

Enquanto estruturas semelhantes existem em outras partes da Europa, esta é a primeira vez que tal descoberta é feita na Holanda.

Esse sítio arqueológico já rendeu mais que um milhão de artefatos desde a Idade da Pedra até a Idade Média. As relíquias incluem cerca de 25.000 restos ósseos, além de centenas de milhares de fragmentos de argila e pedras naturais.

Uma conta de vidro verde encontrada entre sepulturas centrais é um achado particularmente intrigante no local. Ela se originou na Mesopotâmia, quase 4.000 quilômetros de distância, demonstrando conexões surpreendentes entre essas duas culturas muito diferentes há cerca 4 milênios atrás.

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