Este derivado de soja foi capaz de reduzir problemas de memória

Erik Behenck

O Alzheimer e outras doenças prejudicam a mente humana, que com o avançar dos anos começa a sofrer cada vez mais. Mas, pesquisas já estão sendo feitas em laboratórios para encontrar soluções. Agora, uma pesquisa mostrou que um derivado de soja reduziu problemas de memória em ratos.

O trabalho foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Kyushu, no Japão, onde analisaram uma proteína que entra no cérebro e que pode diminuir o desgaste na memória. Assim, os testes foram realizados em camundongos, que apresentavam uma doença parecida com o Alzheimer.

Como um derivado de soja reduziu problemas de memória em ratos?

A molécula que prejudica a memória é conhecida como dipeptídeo, já que possui dois blocos de proteínas chamados aminoácidos. Nessa pesquisa, utilizaram um dipeptídeo, o único capaz de sair do estômago e chegar intacto ao cérebro.

“Além da possibilidade de serem quebrados durante a digestão, os peptídeos enfrentam o desafio de atravessar uma barreira altamente seletiva para passar do sangue para o cérebro”, diz o professor da Faculdade de Agricultura da Universidade de Kyushu e líder do estudo, Toshiro Matsui.

Essa substância já havia sido encontrada em estudos anteriores, mas dessa vez conseguiram perceber que ela é capaz de melhorar a memória dos camundongos.

Testes positivos em camundongos

Contando com a ajuda de pesquisadores da Universidade de Fukuoka, também no Japão, analisaram os efeitos causados pelo dipeptídeo, conhecido por “Tyr-Pro”. Ele consiste nos aminoácidos tirosina e prolina, sendo alimentado com ratos durante alguns dias e na sequência foi injetado com um produto químico, simulando o Alzheimer.

Um derivado de soja reduziu problemas de memória em ratos? Para provar isso, utilizaram um labirinto simples, de onde os ratos deveriam sair. Assim, o estudo mostrou que os animais prejudicados e que receberam dipeptídeos nas semanas anteriores apresentaram resultados melhores do que os outros.

Outro teste, considerado de memória de longo prazo, teve resultados parecidos. Nesse caso, os ratos deveriam ficar na parte iluminada de um gabinete, para não sofrerem um leve choque, disponível na parte escura. Para isso, eles foram treinados um dia antes.

Antes dessa pesquisa, outros estudos já haviam indicado que as funções cerebrais poderiam ser beneficiadas com um peptídeo. Mas, foi a primeira vez que conseguiram provar a possibilidade de os peptídeos chegarem intactos ao cérebro.

“Ainda precisamos de estudos para ver se esses benefícios são transferidos para os seres humanos, mas esperamos que este seja um passo em direção a alimentos funcionais que possam ajudar a impedir a degradação da memória ou até melhorar nossas memórias”, comenta Matsui.

Peptídeos e dipeptídeos. O que são?

Os peptídeos são formados por moléculas orgânicas, conhecidas por aminoácidos, através de ligação covalente. Dessa maneira, os peptídeos são biomoléculas formadas por dois ou mais aminoácidos.

Já o dipeptídeo é uma molécula que possui dois aminoácidos. Além disso, também é formada por ligação covalente, envolvendo o grupo amina de um aminoácido com o grupo carboxila de outro.

O estudo foi publicado no Science of Food, confira.

Compartilhar