Dente de tubarão encontrado em vértebra de um pteranodonte

Milena Elísios
Evidências fósseis mostram uma cena paleontológica de uma batalha entre um tubarão e um réptil voador chamado pteranodonte. (Imagem: © Mark Witton)

Há mais de 80 milhões de anos, um pteranodonte voou sobre as ondas do Mar do Interior Ocidental. De repente, da água abaixo do réptil voador irrompeu um grande tubarão. No final do ataque, o pteranodonte estava morto e um tubarão estava sem um dente.

Essa história foi apresentada em artigo publicado online no jornal PeerJ sobre um fóssil curioso: um esqueleto parcial de um pteranodonte do Cretáceo Final com um dente de tubarão de quase 24 milímetros embutido em seu pescoço.

Segundo os pesquisadores, a história também poderia ser um pouco mais banal: talvez o tubarão tenha simplesmente removido a carcaça flutuante de um pteranodonte já morto. De qualquer forma, o fóssil é um registro raro do encontro entre o mar e o céu no tempo dos dinossauros.

O fóssil com o dente incorporado em uma das vértebras do pterodonte está em exposição pública no Museu de História Natural de Los Angeles, mas foi encontrado no Kansas em 1965. A espécie de pteranodonte neste achado é desconhecida, mas provavelmente viveu entre cerca de 86 milhões e 83 milhões de anos atrás. Era um animal grande, com uma envergadura de asas de cerca de 5 metros de diâmetro.

Dente de tubarão
Os cientistas encontraram um dente de tubarão embutido nas vértebras do pescoço (B) de um fóssil de pteranodonte (A). (Crédito da imagem: (A) Stephanie Abramowicz, cortesia do Dinosaur Institute, Museu de História Natural do Condado de Los Angeles; (B) David Hone)

O dente de tubarão pertencia a uma espécie chamada Cretoxyrhina mantelli, agora extinta. Tubarões desta espécie poderia ter crescido até 7 metros de comprimento, mas com base no tamanho do dente, o animal que mordeu o pteranodonte tinha cerca de 2,5 metros de comprimento.

Embora nunca haja uma maneira de saber ao certo se o tubarão caçou ou nadou com o pteranodonte, os autores apresentaram uma reconstrução da cena possível, mostrando um tubarão saltando da água para capturar sua presa. Esse é um cenário completamente possível, já que os tubarões modernos às vezes fazem isso. Eles levantam a cabeça para atingir uma ave marinha flutuante o mais rápido e duro possível, quebrando a superfície da água e agarrando o pássaro.

O tubarão antigo provavelmente também teria caçado desta forma, afirmam os paleontólogos. Entretanto estudos biomecânicos em pteranodontes sugerem que essas criaturas teriam sido capazes de entrar na água por cerca de um segundo e meio. O que é lento o suficiente para um tubarão pegar tal presa, mas ele teria que ser rápido que isso. Essa é outra possibilidade, não existem muitas formas de saber o que de fato aconteceu. Os pesquisadores podem apenas reunir as evidências escassas e mostrar os cenários possíveis.

O estudo foi publicado online no jornal PeerJ, você pode acessa-lo clicando aqui.

FONTE / Live Science

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