Como funciona uma máquina de fax e por que ainda a utilizam hoje em dia?

Felipe Miranda
(Pxhere).

Dependendo de sua idade, certamente você já viu uma máquina de fax em funcionamento. E nem precisa ser tão velho – até pouco tempo atrás era algo bastante comum. Eu mesmo, que já cresci na era digital de lembro de vê-las constantemente quando criança. Além disso, mesmo que seu uso tenha caído muito, ainda não acabou. Mesmo na era da internet, as máquinas de fax possuem algumas aplicações.

1843, três décadas antes do telefone, o inventor escocês Alexander Bain concebia a sua patente para “melhorias na produção e regulação correntes elétricas e melhorias em relógios e em impressão de sinal de telégrafo elétrico”. Em outras palavras, uma máquina de fax, embora ainda não com esse nome. 

O telégrafo revolucionou o mundo. Samuel Morse desenvolveu o telégrafo na primeira metade do século XIX e, em 1835, criou o primeiro protótipo funcional. Em 1844, transmitiu pela primeira vez um sinal por uma rede telegráfica. A mensagem dizia:  “What hath God wrought!” (algo como ‘O que Deus permitiu!’, ou “Que obra de Deus!”).

E a primeira máquina de fax se beneficiou da telegrafia. Inicialmente ela funcionava assim. Somente mais tarde que funcionaria pelo telefone – quando de fato se disseminou. 

Com funciona uma máquina de fax?

Como todos sabem, o fax é um scanner. Você adiciona uma folha, digita um número e envia o fax para qualquer pessoa do mundo. Mas a explicação do funcionamento vai além.

Na primeira máquina de fax, você adicionava uma folha escrita com uma resina chamada goma laca em pó. Quando um objeto físico escaneava a folha, ele identificava onde haviam essas “lombadas”, que eram as letras. Era basicamente uma escrita em alto relevo. Sabendo onde estavam os pontos diferentes da folha, a máquina mandava os sinais, via telégrafo, para outra máquina, que então imprimia a mensagem.

A diferença do fax telegráfico para o telégrafo está em não precisar saber o código morse. O telégrafo enviava mensagens via código morse, onde cada combinação de dois a quatro sinais – mais curtos ou mais longos – indicava uma letra. Na imagem abaixo, há o alfabeto no código morse. 

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(Wikimedia Commons).

Mas o fax telefônico se modernizou um pouco. Nele, você não precisa escrevem em alto relevo. Uma luz identifica as áreas pretas em uma folha. Após isso, ela separa tudo em quadradinhos que assemelham-se a pixels. Então, manda uma mensagem para o outro lado da linha “ei, tem um fax aí?”, para garantir de que não trata-se apenas de um telefone. 

A desvantagem do fax é ter uma linha separada. Assim como na internet discada, você não pode utilizar um fax e um telefone juntos. Então, se você estivesse recebendo um fax, não poderia telefonar. Para pessoas com um fax agitado, uma segunda linha telefônica era necessidade.

Fax nos dias de hoje

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(Pixabay).

Mas a maior aplicação do fax não é em residências – embora também fosse utilizado. Na verdade, a máquina de fax é mais útil para escritórios públicos e empresas. Por exemplo, muitas empresas e governos não gostam de assinaturas eletrônicas, como aquela que você utiliza no home broker. Nesse caso, é mais prático assinar o papel, adicionar na máquina e digitar o número de onde você quer enviar do que assinar, digitalizar em uma impressora, anexar a imagem ou pdf no e-mail e enviar.

Além disso, há a questão da segurança. A internet conecta-se por todo o mundo. Portanto, manter a segurança é mais difícil. Grampear uma rede de fax significa grampear fisicamente, e não hackear por um computador remoto a 2 mil quilômetros de distância. Governos e empresas lidam com informações sensíveis e, então, muitos consideram um fax mais seguro do que e-mails criptografados. 

Talvez, com a melhoria da cibersegurança, da criptografia e a maior utilização do blockchain, além da inserção de leitores de digital em celulares, as assinaturas eletrônicas tornem-se mais comuns no dia a dia, e enviar documentos sensíveis pela internet torne-se mais seguro. Será, então, que o fax possui seus dias contados?

Com informações de LiveScience e The Conversation.

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