Como correr afeta o seu corpo

Dominic Albuquerque
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Seja correndo na esteira ou ao ar livre, correr tem diversos benefícios à sua saúde. Para explicar melhor como o processo ocorre, o Dr. Richard Blagrove contou ao LiveScience sobre os diversos impactos positivos que correr pode ter nos nossos músculos, ossos, metabolismo, sistema cardiovascular e saúde mental.

E quais são esses benefícios?

Os efeitos de correr

No sistema muscular

“Há um grande número de adaptações a nível muscular subsequentes a um período de treinamento aeróbico, como correr”, disse o Dr. Blagrove.

“Isso inclui aumento no tamanho e número de pequenas estruturas, chamadas “mitocôndrias”, que usam oxigênio para produzir energia, e um aumento no número de pequenas veias sanguíneas que fornecem oxigênio aos músculos”.

Um aumento no número e tamanho das mitocôndrias as permite produzir energia de maneira mais eficiente, o que significa que há uma quantidade maior disponível para dar energia aos músculos.

“Também há algumas evidências que, em indivíduos mais velhos sem treinamento, correr pode prover mudanças notáveis na massa muscular, o que aumenta a força”, adiciona Blagrove.

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Na densidade óssea

Correr pode melhorar a densidade óssea. No século XIX, o cirurgião Julius Wolff criou o que se tornou posteriormente conhecida como a Lei de Wolff. O alemão afirmou que os ossos se adaptam ao estresse imposto a eles, então exercer uma carga sobre a parte inferior do corpo ao correr faz com que os ossos se fortaleçam com o tempo.

“Correr é uma atividade de impacto, o que significa que, a cada contato do pé, os ossos, na parte inferior da perna particularmente, ficam expostos a forças de duas a três vezes a do nosso peso corporal”, diz Blagrove.

“Esses forças de impacto são benéficas aos nossos ossos e trazem mudanças na densidade mineral óssea, o que reduz o risco de desenvolver osteoporose anos mais tarde na vida”.

No metabolismo

O Medline Plus define o metabolismo como “todos os processos físicos e químicos no corpo que convertem ou usam energia, como a respiração, circulação do sangue, controle da temperatura corporal, contração dos músculos e digestão de comida e nutrientes”.

Esses processos precisam de energia para se completarem, e o corpo a retira das calorias das comidas e bebidas que consumimos. A quantidade total de energia necessária a cada indivíduo para funcionar adequadamente vai variar de acordo com fatores como idade, altura e peso. Mas também é afetada pelos níveis de atividade do indivíduo.

“Quando fazemos exercícios, como correr, nosso metabolismo aumenta para sustentar o aumento da demanda de energia”, explicou o Dr. Blagrove.

“Isso nos ajuda a queimar calorias e (no) longo prazo vai reduzir a gordura corporal. Quando terminamos uma corrida, particularmente se a corrida for uma de alta intensidade, o metabolismo permanece elevado por até 36 horas, o que significa que estamos queimando mais calorias, inclusive enquanto descansamos e nos recuperamos”.

Nas doenças cardiovasculares

O sistema cardiovascular (ou respiratório) é a rede de órgãos e veias sanguíneas que agem tanto na entrega como no sistema da eliminação de resíduos, fornecendo oxigênio e nutrientes ao corpo enquanto remove o dióxido de carbono.

Doenças cardiovasculares são condições afetando o coração ou veias sanguíneas que prejudicam esse sistema, frequentemente como resultado de depósitos de gordura se acumulando nas artérias e um aumento no risco de coágulos sanguíneos. Por exemplo, o AVC, ataque cardíaco e a doença coronária.

“Há evidências convincentes de que participar regularmente, mesmo em pouca quantidade, de exercícios aeróbicos algumas vezes a cada semana, como correr, vai reduzir nosso risco de desenvolver doenças cardiovasculares”, explicou Blagrove.

“Exercícios nos ajudam a regular nossa pressão sanguínea, aprimorar a função cardíaca, queimar o excesso de energia e melhorar nossa sensibilidade a insulina, tudo isso contribuindo para um risco reduzido de hipertensão, diabete tipo 2 e a doença coronária”.

Na saúde mental

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Os estudos também apontam que correr pode ter um impacto positivo na nossa saúde mental.

Um estudo publicado recentemente no International Journal of Environmental Research and Public Health concluiu que “correr tem implicações positivas importantes para a saúde mental, particularmente nos distúrbios de ansiedade e depressão”. Contudo, admite que é difícil quantificar esse impacto.

“Há uma grande quantidade de evidência apontando que correr regularmente reduz sintomas de ansiedade, estresse e depressão”, disse o Dr. Blagrove.

“Correr também está ligado a uma maior autoestima, e a animação pós corrida que os corredores descrevem com frequência pode melhorar o humor”. Além disso, o doutor ainda afirma que a corrida regular está associada com um aumento na capacidade de ler, e redução no declínio cognitivo de indivíduos mais velhos.

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