O sarampo é uma doença respiratória que atinge principalmente crianças ao redor do mundo todo. Quem transmite essa infecção é um vírus da família Paramixoviridae que causa uma resposta aguda, com sintomas parecidos com uma gripe forte. Apesar de ser muito contagioso, o sarampo possui uma vacina desde os anos 60. Aliás, a doença está erradicada em muitos países – inclusive no Brasil – desde o final dos anos 90.
Todavia, de acordo com relatórios recentes da Organização Mundial de Saúde (a OMS), os casos de sarampo estão crescendo ao redor do mundo desde o ano de 2016. Dados da organização mostram um aumento de 50% no número de casos entre 2016 e 2019. A partir do ano de 1996 os casos começaram a cair em todo o mundo devido a campanhas em massa de vacinação.
Contudo, diversos motivos podem explicar a retomada do crescimento das mortes e do número de casos do sarampo. Dentre eles, a OMS cita o enfraquecimento das campanhas de vacinação, e a descrença nas vacinas. Vale lembrar que a pandemia da COVID-19 pode piorar ainda mais a situação do sarampo no mundo todo.
Como ocorre uma epidemia de sarampo
Sendo uma doença respiratória, o sarampo se espalha pelas vias aéreas. Ou seja, ele passa de pessoa para pessoa da mesma forma que o Sars-CoV-2 ou uma gripe comum: por gotículas de saliva lançadas no ar. Assim, o vírus é bastante contagioso e pode ser muito letal.
Como qualquer outra doença infecciosa que tenha vacina, é possível controlar o sarampo pela vacinação. Contudo, para que não haja novas epidemias é preciso que pelo menos 95% de toda a população esteja vacinada. Dessa forma, os 5% não vacinados acabam protegidos pela imunidade de grupo.
O problema é que mesmo nos melhores anos de combate à doença, os índices de vacinação estavam em torno de 85%. Isso ajudava a evitar um nível muito alto de casos, mas ainda era possível que existissem surtos isolados. No entanto, a partir de 2015 os índices de vacinação começaram a cair mais próximos dos 70%. Isso ocasionou um aumento contínuo dos casos, chegando a 869.770 ocorrências em 2019. Esse foi o maior número de casos desde 1996.
Tratamento e prevenção
A melhor forma de combater o sarampo atualmente é a vacinação. Apesar dos movimentos anti-vacina, da descrença popular e do afrouxamento das campanhas de vacinação, a vacina contra o sarampo tem uma efetividade de 97% após a segunda dose. O problema, aliás, é que mais de 19 milhões de crianças não receberam a primeira dose da vacina. Com mais crianças susceptíveis, a chance de uma epidemia severa aumenta progressivamente.
No Brasil a vacina do sarampo é ministrada na forma de tríplice viral (rubéola, sarampo e caxumba). Vale lembrar que apesar da doença ser mais comum em crianças, adultos até os 39 anos em geral são afetados severamente pela doença.
De acordo ainda com o relatório da OMS, nove países, dentre eles Ucrânia e a República Democrática do Congo são responsáveis por 73% dos novos casos de sarampo no ano de 2019. Apesar disso, países como o Brasil e Estados Unidos quase perderam a classificação de erradicação da doença, devido ao aumento severo no número de casos.
O relatório está disponível em Centers for Disease Control and Prevention.