Capacete Viking quase completo é descoberto no Reino Unido

Ruth Rodrigues
(Imagem: Chris Caple/Durham University)

Há alguns anos, mais especificamente na década de 50, um grupo de trabalhadores da pequena e pacata cidade de Yarm, fez uma descoberta fantástica. Eles encontraram um velho e enferrujado capacete dentro do sistema de encanamento da cidadezinha. No entanto, de acordo com o pesquisador que fez a análise deste artefato, ele é bastante valioso, pois trata-se de um capacete Viking. Apesar de já ter sido encontrado um modelo da mesma origem, esse artefato foi o primeiro encontrado no solo da Grã-Betânia. O primeiro exemplar encontrado no mundo foi descoberto em 1943, na Noruega.

A importância do capacete Viking para a arqueologia

Esse novo estudo só foi possível após a Câmera de Yarm ter cedido o capacete para o Preston Park Museum alguns anos atrás, relatou Jo Kelly para o jornal britânico Northern Echo. Pensando na importância que haveria por trás desse artefato, foi que o arqueólogo Chris Caple, da Universidade de Durham, resolveu investir seu tempo nesse novo projeto.

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Assim, depois dos testes analisados no metal, foi possível fazer algumas identificações. Na pesquisa publicada na revista Medieval Archaeology, o autor revelou que “o artefato foi forjado no norte da Inglaterra entre os séculos IX e XI. Constituído de placas de ferro finas rebitadas, não decoradas, com a cobertura da região superior, e era composta com uma crista”.

Capacete Yarm revela seus detalhes reais. Fonte: Chris Caple / Durham University
(Imagem: Chris Caple/Durham University)

Durante uma declaração de Caple para o site Stockton, ele descreveu seu estudo como “desafiador”, uma vez que a estrutura em ferro mais afinado do capacete Viking deveria ser manuseada com um cuidado redobrado. Ela estava sujeita a sofrer com a corrosão, então todo o procedimento foi realizado em ambiente seco.

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De acordo com Chris, “não era simplesmente uma questão de mostrar a data em que o capacete foi criado. Mas sim, de descobrir como havia sobrevivido por tantos anos, até ser desenterrado, na década de 1950”.

Como foi realizada a análise do artefato e o que ela revelou?

Após estar de posse do capacete, Caple realizou algumas análises físicas e químicas em todo o objeto. E acabou descobrindo que seu objeto de estudo ficou preservador devido a “condições de alagamento”. No entanto, essa proteção não perdurou por muito tempo, e devido ao fino material da composição, ele começou a enferrujar e a danificar.

Assim, o artefato só não foi realmente perdido pois foi encontrado bem a tempo. Segundo os fatos históricos, objetos anglo-escandinavos datados do século X são difíceis de serem encontrados. Uma vez que foi no mesmo período que o cristianismo ganhou forças e os devotos não enterravam mais os pertences junto ao corpo do falecido.

Uma varredura de raio-X do capacete Viking mostra os rebites e placas sobrepostas de sua construção. Fonte: Chris Caple / Durham University
(Imagem: Chris Caple/Durham University)

Para Caple, “os materiais e construção do capacete sem adornos falam do pragmatismo crescente da produção de armas e armaduras, que era necessário para abastecer o número crescente de guerreiros armados presentes neste período. Enquanto os capacetes saxões eram frequentemente muito condecorados e usados ​​por líderes guerreiros, tanto símbolos de autoridade quanto capacetes, no século 10 agora podemos imaginar que a maioria dos guerreiros profissionais tinha capacetes como o Elmo Yarm”.

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“Eles foram fabricados de forma simples, bem projetados para proteger o usuário (rebites nivelados com a superfície para que não pegassem armas de lâmina), mas não mais decorados. Junto com uma cota de malha, um capacete Viking era um equipamento de proteção pessoal, essencial para um guerreiro. Vemos quase todos os combatentes na Tapeçaria de Bayeux do século 11, usando capacetes e cota de malha”.

Com informações de SmithSonian Magazine e Preston Park Museum.

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