Cada batimento cardíaco afeta nossa percepção do mundo, mostra estudo

Damares Alves
Como cada batimento cardíaco afeta nossa percepção? (Imagem: Manana Kvernadze / EyeEm / Getty Images)

Neste exato momento, enquanto você está lendo este texto, seu coração está bombeando sangue pelo corpo. E isso tem um objetivo claro; transportar oxigênio e nutrientes vitais para ajudar a mantê-lo vivo. Mesmo que seja imperceptível, seu coração bate cerca de 100.000 vezes todos os dias. Agora, um estudo recente mostrou que cada batimento cardíaco afeta nossa percepção do mundo.

“Embora os seres humanos não estejam cientes de seus batimentos cardíacos, vários efeitos que podem influenciar a percepção consciente foram relatados”, escrevem os autores em seu artigo na PNAS.

Como cada batimento cardíaco afeta nossa percepção?

Anteriormente, os mesmos pesquisadores exploraram como as flutuações na atividade cardíaca podem modular nossa capacidade de perceber estímulos externos.

A equipe de pesquisa fez um experimento com 37 voluntários. Cada voluntário recebeu leves estímulos elétricos através de dispositivos eletrodos conectados aos dedos. Durante o experimento, os participantes deveriam indicar os momentos em detectavam os choques de forma mais sutil.

Após o experimento, os cientistas perceberam que os pacientes tinham menos probabilidade de detectar pulsos elétricos sutis durante uma fase do ciclo de batimentos cardíacos. Esta fase é chamada de sístole.

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A sístole acontece quando o músculo cardíaco se contrai, bombeando sangue para as artérias. O momento em que o coração relaxa após a contração e suas câmaras se enchem de sangue mais uma vez, é chamado de diástole.

A sístole acontece quando o músculo cardíaco se contrai, bombeando sangue para as artérias. Já quando o momento em que o coração relaxa após a contração e suas câmaras se enchem de sangue mais uma vez, é chamado de diástole.

Este estudo mostrou, sob um ponto de vista científico, que os humanos exibem menos percepção das coisas que tocam seu corpo durante a sístole do que durante a diástole.

O novo estudo explica por que isso acontece

Segundo o os pesquisadores afirmam em seu novo estudo, é possível os humanos tenham adaptado essa característica para que não fiquemos constantemente perturbados com o pulsar de nosso próprio coração.

“Essas flutuações cardíacas repetidas são tratadas como eventos previsíveis e atenuadas pelo cérebro para minimizar a probabilidade de confundir esses sinais auto-gerados como estímulos externos”, explicam os pesquisadores em seu novo artigo.

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Em outras palavras, todos os dias, mais de 100.000 vezes por dia, sentimos as coisas um pouco menos, e isso acontece para impedir que nossos batimentos cardíacos nos levem a loucura.

O estudo foi publicado na PNAS, clique aqui para acessá-lo.

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