Atualizações sobre o processo do parto humano

Lorena Franqueto
Atualizações sobre o processo do parto humano. Imagem por SeppH disponível em Pixabay.

Em seres humanos, o processo de nascimento é ainda muito complexo e possui algumas inconsistências na comunidade científica. Mas, felizmente, cientistas realizaram novas atualizações sobre o processo do parto humano. Tendo isso em vista, um recente estudo publicado na BMC Biology utilizou uma técnica de biomodelagem mecânica para explicar mais profundamente o parto humano.

A identificação das novidades no nascimento humano

Conforme estudos prévios, os cientistas já sabem que é necessário o bebê sofrer uma rotação de quase 90º antes de passar pelo canal vaginal. Sendo que esse processo ocorre devido ao formato complexo e estreito da pélvis.

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Imagem por SeppH disponível em Pixabay.

Comumente, as mulheres possuem um canal de parto (termo utilizado na medicina para se referir ao caminho utilizado pelo bebê durante o nascimento) em formato oval ou arredondado. Contudo, ainda existe uma inconsistência no meio científico, a parte final desse canal é pronunciada num formato anteroposterior.

A imagem a seguir resume os formatos do canal do parto e da pélvis:

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Imagem disponível no artigo “The evolution of pelvic canal shape and rotational birth in humans“, sendo os autores Stansfield, E. et al.

Primeiramente, na imagem A, há a demonstração da cabeça do feto durante o período de rotação para ajuste à pelve. Já a imagem B, mostra as etapas do canal do parto de acordo com a estrutura pélvica.

Segundo os médicos, esse processo é natural, mas pode colocar a segurança do bebê e da mãe em risco em casos de canais muito estreitos.

Cerca de 6% dos partos ao redor do mundo sofrem com essa complicação. Além disso, outros etapas do nascimento demonstram risco muito maiores quando comparado a outros mamíferos.

O resultado das atualizações sobre o processo do parto humano

Após as finas pesquisas, o grupo de cientistas identificou o papel dessa estrutura na parte inferior. Esse formato garante tanto uma resistência a pressão quanto uma maior estabilidade para o assoalho pélvico. Enquanto processos de tensão e deformação podem ocorrer em canais de parto menos ovais.

Ademais, os resultados mostraram que o canal do parto possui esse formato provavelmente devido às adaptações evolutivas. Uma vez que, possivelmente, seria necessário uma curvatura a mais na coluna caso esse parte inferior não existisse.

Por fim, esse formato da pelve humano garante o parto humano sem prejudicar o processo de locomoção bípede. Além de possuir também um grande papel na postura ereta.

Em suma, Muller concluiu que os resultados do estudo forneceram dados para novas explicações estruturais do canal do parto. Porém, apesar de achados positivos, ainda é necessário mais avaliações no mundo real.

Segundo estudos evolutivos, as mulher neandertais possuem canais de parto mais semelhantes com chimpanzés, então, a rotação dos bebês pode ser um desenvolvimento evolucionário exclusivamente humano e recente.

Assim, cabe investigar quais seriam os artefatos que sustentavam o feto, uma vez que há dados que essa população também andava sobre dois pés. Portanto, próximos estudos devem investigar, através da biomodelagem mecânica, as pélvis de humanos antigos e compará-las com os humanos modernos.

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