Anã branca ‘mais antiga que o universo’ observada pela primeira vez

SoCientífica
Imagem: M.Weiss/Center for Astrophysics | Harvard & Smithsonian

Pesquisadores descobriram um novo tipo de estrela binária anteriormente desconhecido. A descoberta confirma a formação e a evolução de um tipo raro de estrela no universo, a classe de estrelas conhecida como anãs brancas de pré-massa extremamente baixa (ELM). A pesquisa foi publicada em Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Uma anã branca é um pequeno objeto denso que se contraiu e escureceu depois de queimar todo seu combustível. Entretanto, uma estrela pode se tornar uma anã branca de pré-massa extremamente baixa (ELM) em casos extremamente raros.

“Com uma massa de menos de um terço da massa do Sol, estas estrelas representam um enigma: se os cálculos de evolução estelar estiverem corretos, todas as anãs brancas ELM teriam mais de 13,8 bilhões de anos, o que as tornariam mais antigas que o próprio Universo e, portanto, fisicamente impossíveis”, disse Dr. Kareem El-Badry, pesquisador na Harvard & Smithsonian Center for Astrophysics.

Os astrônomos concluíram que uma anã branca de pré-massa extremamente baixa só pode se formar com a ajuda de um companheiro binário. A atração gravitacional de uma estrela vizinha pode rapidamente corroer uma estrela, transformando-a em uma anã branca do tipo ELM.

Dr. El-Badry e seus colegas partiram à procura de uma estrela que havia fugido dos astrônomos por muito tempo: a anã branca ‘ELM’, também conhecida como uma variável cataclísmica evoluída. Eles encontraram 50 possíveis candidatas e depois seguiram com observações detalhadas de 21 delas.

“Todas as candidatas eram ELMs, que nós estávamos procurando”. Elas eram mais ‘inchadas’ do que as do tipo ELM. Possuíam também a forma de ovo porque a atração gravitacional da outra estrela distorce sua forma esférica, segundo o Dr. El-Badry.

“Encontramos a ligação evolutiva entre duas classes de estrelas binárias — as variáveis cataclísmicas e a anã branca de pré-massa extremamente baixa — e encontramos um número decente delas”, acrescentou ele.

Treze estrelas mostraram sinais de continuar a perder massa para seu companheiro, enquanto oito estrelas pareciam ter parado de perder massa. Cada uma delas também era mais quente do que as variáveis cataclísmicas observadas anteriormente em termos de temperatura.

El-Badry pretende continuar pesquisando as anãs brancas ELMs, bem como as outras 29 estrelas candidatas que ele descobriu anteriormente.

Ele se surpreendeu com a rica diversidade de estrelas que podem surgir da ciência simples, assim como os antropólogos modernos que estão preenchendo as lacunas da evolução humana.

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