Abelha azul raríssima, pensada estar extinta, é reencontrada na natureza

Erik Behenck
(Créditos da imagem: Chase Kimmel)

A Flórida, nos Estados Unidos, é um estado cheio de espécies selvagens, algumas que são encontradas somente por lá, como é o caso da abelha azul (Osmia calaminthae). Aliás, o animal foi descrito pela primeira vez em 2011 e desde então os pesquisadores não tinham certeza se ainda existia.

Essa espécie foi localizada em uma área de 25 quilômetros quadrados, com animais encontrados em quatro locais distintos. Assim, a abelha azul é raríssima e vive em matagais de pinheiros, no Lago Wales, no centro da Flórida. Entretanto, agora um pesquisador descobriu os animais vivendo em um outro ambiente.

A redescoberta da abelha azul

O pesquisador de pós-doutorado Chase Kimmel e o seu consultor, Jaret Daniels, diretor do Centro McGuire para Lepidópteros e Biodiversidade do Museu de História Natural da Flórida, estão desenvolvendo um projeto de dois anos voltado para a pesquisa relacionada com a população e distribuição da abelha azul.

“Eu estava aberto à possibilidade de não encontrarmos a abelha, de modo que o primeiro momento em que a vimos no campo foi realmente emocionante”, disse Kimmel. Assim, acreditam que a espécie vive apenas na região de Lake Waler Ridge, um das biodiversidades mais ricas do mundo, mas um dos ecossistemas que mais reduz nos Estados Unidos.

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As espécies raríssimas da região fazem parte da história geológica da Flórida. Durante muito tempo boa parte do estado esteve submerso, então suas áreas de dunas funcionavam como ilhas isoladas, proporcionando habitats únicos. Dessa forma, surgiram diversos animais e plantas diferenciados.

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(Créditos da imagem: Molly G. Rightmyer/ZooKeys)

A pesquisa continua

Kimmel tinha como objetivo principal encontrar a abelha, que havia sido vista pela última vez em 2016. Assim encontrou em três dos quatro locais onde tinha sido localizada anteriormente e em seis novos ambientes, com 80 quilômetros de distância. Assim, a expectativa é de que seja encontrada em ainda mais locais.

“Estamos tentando preencher muitas lacunas que não eram conhecidas anteriormente”, disse Kimmel. “Isso mostra o quão pouco sabemos sobre a comunidade de insetos e como há muitas descobertas legais que ainda podem ocorrer”, completou.

A abelha azul é solitária, ela cria seus ninhos de modo individual em vez de fazer colmeias como outras espécies. Entretanto, nenhum desses ninhos foi encontrado, talvez seja pelo fato dela ser do gênero Osmia, que utiliza tocas existentes no solo, caules ocos e buracos em árvores mortas como ninhos.

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Para fazer um teste, a equipe deixou 42 caixas que podem ser usadas como ninho, em locais habitados pela abelha. Essas caixas possuem palhetas e blocos de pinheiros de areia, com furos em diâmetros e profundidades variados para revelar as preferências do animal.

Entretanto, o Covid-19 trouxe problemas para a pesquisa, ainda assim, Kimmel conseguiu autorização da Universidade da Flórida para seguir com o trabalho, embora não possa se juntar a Daniels.

Além dos dois, voluntários do Museu da Flórida ajudaram com o mapeamento e classificação de locais potenciais onde essas abelhas vivem.

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