A relação entre uso de psicodélicos e a saúde cardíaca

Lorena Franqueto
Associações entre o uso psicodélico clássico ao longo da vida e doenças cardiometabólicas. Imagem: por Adege em Pixabay.

Na atualidade, há um predomínio cada vez maior de doenças como diabetes e a pressão alta. Sendo que o tratamento para ambas exige mudanças no estilo de vida e o uso de medicamentos. Neste contexto, uma pesquisa usando dados do NSDUH, identificou a relação entre o uso de psicodélicos e a saúde cardíaca.

Os psicodélicos são substâncias que atuam no sistema nervoso central e modificam as funções do cérebro. O estudo em questão avaliou três principais classes de psicoativos. Sendo os representantes: Psilocibina e Ayahuasca, LSD e Mescalina. Esses compostos são encontrados em plantas e cactos.

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Imagem: Adege/Pixabay

Além disso, uso de psicodélicos também está relacionado com o tratamento de outras doenças. O uso do LSD, por exemplo, é um novo caminho para reduzir a percepção da dor. Ademais, alguns cogumelos como estão relacionados com o tratamento de depressão.

Como os psicodélicos estão relacionados com a saúde cardíaca?

Segundo o estudo, a relação entre o uso de psicodélicos e as doenças cardiometabólicas é feita de quatro possível formas. Primeiramente, essa utilização facilita as mudanças no estilo de vida do indivíduo.

Em segundo lugar, a administração segura dos psicoativos modifica condições mentais associadas com as cardíacas. Essas substâncias possuem, ainda, um importante efeitos antiinflamatórios e propriedades imunomoduladoras.

Por fim, os psicodélicos clássicos possuem alta afinidade por receptores de serotonina, os quais estão associados com as doenças cardiometabólicas. Inclusive, alguns estudos avaliam os principais subtipos do receptor correlacionados com a saúde cardíaca.

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Imagem: Myriams-Fotos/Pixabay

Os métodos e resultados da pesquisa:

Para relacionar os psicodélicos com a saúde cardíaca, o estudo analisou dados da National Survey on Drug Use and Health entre os anos de 2005 a 2014. Assim, o uso dessas substâncias ao longo da vida estaria associado com menores chances de doenças cardíacas ou diabetes. Para comprovação hipótese, levantada pelos pesquisadores, infelizmente ainda serão necessárias mais pesquisas.

Uma vez que os resultados demonstraram associação, agora, os novos estudos deverão avaliar as vias para a relação entre o uso de psicodélicos e a saúde cardíaca.

Ademais, segundo as estatísticas, essa utilização ao longo da vida está associada com duas situações. Primeiro, com poucas chances de doenças cardíacos durante o ano. Também, com menores possibilidades de diabetes no ano anterior.

Os aperfeiçoamentos necessários para garantir a correlação

Primeiramente, a avaliação realizada foi através de estudo transversal, o qual possui limites e interferências. Com a influência das variáveis, não podemos afirmar que o uso específico de psicodélicos é benéfico para a saúde cardíaca.

De acordo com os próprios autores, novas pesquisas precisa explicar os mecanismos dessas melhorias no sistema cardiovascular. Para isso, a melhor metodologia considera o uso de ensaios duplo cego randomizado com grupo controle.

Em segundo lugar, a base de dados usada para a pesquisa não informou a dose, a frequência e o contexto de uso do psicodélicos. Essas informações são importantes para garantir correlação entre os fatos.

Por fim, o termo “doenças cardíacas”, utilizado nos dados, cobre inúmeras condições e “diabetes” não considera as diferenças no tipo 1 e 2 da doença. Assim, a associação dos psicodélicos com essas doenças precisará, ainda, de maiores estudos.

O artigo científico está disponível na Nature.

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