7 descobertas arqueológicas que reescreveram a história

Daniela Marinho
Imagem: Canva

Ainda que não possamos nos dar conta à primeira vista, nossa apreensão do curso histórico se encontra em constante processo de evolução. O que outrora se afirmava com absoluta certeza e era tido como incontestável tem sido, de maneira sistemática, objeto de desafio e subsequente revogação, à luz das revelações de inúmeras ​​pesquisas feitas por grandes historiadores e arqueólogos de renome. Nesse contexto, separamos 7 descobertas arqueológicas que mudaram a história e que são muito recentes.

Descobertas arqueológicas que mudaram a história: 7 achados recentes

São inúmeros os exemplos de escavações que mudaram os rumos da história; ou pelo menos, da compreensão humana sobre o meio que o cerca. Este parecer não apenas atesta a inestimável utilidade e, por assim dizer, a excitante natureza da arqueologia, mas também ressalta as verdades que ainda estão guardadas e esperando para serem exploradas. Prova disso, são as 7 descobertas arqueológicas recentes que mudaram o curso da história; confira.

1. Trabalhadores nas pirâmides

As Grandes Pirâmides de Gizé, inicialmente associadas à escravidão, foram desmistificadas em 2010 por egiptólogos. Descobertas de sepulturas em uma antiga vila revelaram esqueletos enterrados com itens valiosos, desafiando a ideia de escravidão. A crença, originada por Heródoto, persistiu culturalmente.

Estudos subsequentes indicam que trabalhadores especializados desempenharam um papel fundamental na construção das pirâmides, trabalhando em turnos e enfrentando desafios perigosos, como evidenciado pelas tumbas.

2. Vikings no Canadá

Vikings no Canadá
Imagem: Glenn Nagel

Por séculos, acreditou-se que Cristóvão Colombo foi o primeiro estrangeiro nas Américas até que os arqueólogos noruegueses Ingstad descobriram uma vila viking em Newfoundland e Labrador, constatando que os vikings chegaram às Américas por volta de 1000 DC, conhecida como L’Anse aux Meadows.

Embora os vikings tenham permanecido brevemente no Canadá, sua exploração exata e interação com os povos indígenas permanecem incertas, revelando que Colombo não foi o primeiro europeu nas Américas.

3. Incursões romanas na Arábia

Roma expandiu seu império por meio de conquistas implacáveis, abrangendo da Escócia ao Iraque. No entanto, acreditou-se que a Arábia escapou dessa influência romana. Uma pesquisa da Universidade de Oxford revelou três acampamentos romanos ao longo da fronteira entre a Arábia Saudita e a Jordânia, revelando uma atividade militar romana anteriormente desconhecida na região.

Esses acampamentos provavelmente serviram como bases avançadas em uma campanha contra os nabateus, possivelmente localizadas no controle de Petra ou em territórios mais profundos da Península Arábica. Uma escavação futura proporcionará uma compreensão mais clara dos eventos.

4. O primeiro zoológico do mundo

zoologico egito 6000 anos
Imagem: Express.co.uk

Em 2009, arqueólogos descobriram o que é considerado o primeiro zoológico do mundo em Hierakonpolis, Egito, com restos de diversos animais, incluindo elefantes, babuínos, macacos, leões e hipopótamos.

Curiosamente, alguns animais exibiam ossos quebrados previamente curados, o que demonstra cuidados durante o cativeiro. A causa das lesões permanece incerta, possivelmente ocorrendo durante a captura ou na natureza.

5. Ferramentas avançadas na Índia pré-histórica

A teoria predominante afirma que os humanos modernos deixaram a África há cerca de 60 mil anos, mas descobertas recentes em todo o mundo levantam dúvidas sobre essa perspectiva. Em 2018, ferramentas de pedra avançadas, datadas de mais de 350.000 anos atrás, foram descobertas na Índia, desafiando a suposta chegada tardia dos humanos ao subcontinente.

Essa descoberta sugere a possibilidade de que os humanos modernos sejam mais antigos do que se pensava, tendo migrado da África muito antes. Além disso, existe a hipótese de outra espécie humanoide, antecedendo o Homo sapiens, que deixou a África e era capaz de criar tais ferramentas.

6. O templo budista mais antigo do Paquistão

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Imagem: Yusra.Amin123 via Wikimedia Commons

Neste ano, no Paquistão, foi identificado o templo budista mais antigo já registrado na região conhecida como Grande Gandhara. O budismo, embora geralmente associado ao leste asiático, teve origem na Índia e se difundiu amplamente.

Este templo, situado na antiga cidade de Barikot, é datado de pelo menos o início do século II aC, ou possivelmente ainda mais antigo. Barikot, um centro importante de ensino e filosofia budista, já foi reconhecido por sua relevância religiosa, mas a descoberta atual estabelece um marco sólido para a presença do budismo na região que hoje é o Paquistão.

7. A Mesopotâmia possuía planejamento urbano

Há cerca de 6.000 anos, as primeiras cidades surgiram no atual Iraque, habitadas pelo povo mesopotâmico e sumério. Inicialmente, essas cidades eram consideradas primitivas, mas descobertas recentes apontam para o contrário.

As cidades mesopotâmicas eram anteriormente vistas como densamente povoadas, centradas em zigurates religiosos e estruturas políticas. No entanto, uma análise da cidade suméria de Lagash revelou um nível mais avançado de planejamento urbano.

Arqueólogos da Universidade da Pensilvânia identificaram o uso de divisórias como paredes e canais para organizar distritos na cidade. Essa descoberta foi possível devido ao abandono da cidade há mais de dois milênios e levanta a questão de novas escavações arqueológicas em outros locais para desvendar mais sobre essas civilizações antigas e enigmáticas.

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