Ao redor do mundo, mais de quatro em dez pessoas acreditam em bruxas e bruxaria, sugere nova pesquisa. Contudo, a bruxaria, ou o conceito de que as pessoas podem usar habilidades sobrenaturais para causar danos é uma crença que varia dramaticamente entre as nações. Apenas 9% das pessoas na Suécia acreditam em bruxaria, enquanto mais de 90% na Tunísia crê que algumas pessoas possuem poderes malévolos, concluiu o estudo.
A crença em bruxaria pode ser tão antiga quanto a própria humanidade. A caverna com pinturas mais velha da Inglaterra, por exemplo, pode ter “marcas de bruxa” pintadas para afastar espíritos malignos, enquanto a forma mais antiga em hebreu do nome de Deus foi encontrado numa “tábua de maldição” de 3.200 anos, com o objetivo de amaldiçoar alguém que quebrou um juramento.
A noção de que os humanos podem lançar maldições está presente nas maiores religiões atuais, incluindo o Cristianismo, Judaísmo, Islamismo e Hinduísmo, de acordo com uma pesquisa do Pew Research Center.
No novo estudo, os pesquisadores usaram uma grande base de dados coletada em seis ondas entre 2008 e 2017 pelo Pew Research Center. Ao todo, 140.000 pessoas de 95 países e cinco continentes foram questionadas numa série de perguntas sobre crenças em magia, como “Você acredita no olho gordo, ou que algumas pessoas podem lançar maldições e feitiços que fazem com que coisas ruins aconteçam com os outros?”
Uma limitação da pesquisa é que ela não questionou ninguém na Índia ou China, que coletivamente abrigam quase 3 bilhões de pessoas.
Baseando-se na amostra do Pew, os pesquisadores estimaram que pelo menos 1 bilhão de pessoas acreditam em bruxaria. Mulheres, residentes urbanos e pessoas mais jovens tinham maior tendência a acreditar em poderes sobrenaturais. Contudo, os que tinham maior nível educacional, seguridade financeira e os que viviam em famílias menores normalmente tinham uma tendência menor a tal crença.
Ainda assim, as crenças foram encontradas em pessoas através de todo o espectro educacional e socioeconômico.
Por exemplo, pessoas com uma situação econômica “muito boa” tinham apenas 6% ou 7% de chances de acreditarem em bruxaria do que pessoas em situação “muito ruim”.
Bem como, religiosos também tinham uma tendência maior a acreditar em bruxaria. Além disso, pessoas em países com instituições fracas, baixos níveis de confiança social, maior ênfase em conformidade e tendências coletivistas também tinham uma tendência maior.
Isso se alinha com trabalhos antropológicos anteriores que estudaram grupos indígenas da Nação Navajo, segundo o novo relatório. A pesquisa prévia propôs que, entre o povo Navajo, a crença em bruxaria servia como uma ferramenta de controle social que ajudava a manter a ordem na sociedade, onde estruturas governamentais estão ausentes ou fracas.