Pela primeira vez na história pesquisadores encontraram proteína em um meteorito. Em um artigo de pré impressão publicado no ArXiv, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard e das empresas de biotecnologia PLEX Corporation e Bruker Scientific descrevem uma proteína encontrada dentro de meteorito.
“Este é o primeiro relatório de uma proteína de qualquer fonte extra-terrestre”, afirmou a equipe em seu artigo.
As proteínas são moléculas orgânicas compostas de blocos de construção denominados aminoácidos. Os aminoácidos são uma espécie de fonte de combustível de alta energia e eles compõe a maioria das células biológicas.
Em 2014, cientistas descobriram pela primeira vez aminoácidos – ou pelo menos moléculas muito semelhantes a aminoácidos – em Sagitário B2 (Sgr B2), uma nuvem interestelar a 27 mil anos-luz de distância da Terra. Essa nuvem também é conhecida como viveiro estelar, um tipo de nuvem interestelar que é preenchida com poeira e gás a pressões tão altas que as estrelas se formam. Durante esse processo, ocorrem reações químicas e podem formar moléculas orgânicas complexas, como o cianeto de isopropil.
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A descoberta foi muito importante, pois provou que o espaço interestelar é capaz de criar os tipos de moléculas que levaram à vida na Terra, como carboidratos, lipídios, proteínas e ácidos nucleicos.
Desde a descoberta destes aminoácidos em Sagitário B2 (Sgr B2) outras cadeias de aminoácidos também foram identificadas, mas nenhuma era grande ou organizada o suficiente para ser considerada uma proteína completa.
A proteína recém descoberta chama-se Hemolitina e contém ferro e lítio. Após uma análise detalhada em amostras vindas do meteorito batizado como Acfer 086, os cientistas descobriram que a proteína não possui origem terrestre, além disso seus blocos de construção diferiam quimicamente das proteínas terrestres.
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O artigo – que ainda não passou por uma revisão acadêmica e não foi publicado em uma revista científica – reforça a hipótese de que impactos de meteoritos poderiam ter contribuído para o desenvolvimento da vida na Terra. É possível que algumas das moléculas ou compostos necessários para a vida emergir e prosperar tenham sido entregues através de um bombardeio de rochas espaciais.
A pesquisa não foi capaz de determinar de onde essa proteína veio nem como se formou — mas os cientistas estão muito confiantes de que não veio daqui.
O artigo de pre impressão está disponível no ArXiv , clique aqui para acessá-lo.