Há aproximadamente 8 milhões de anos, no final do Mioceno, nos rios e pântanos da floresta amazônica e nos territórios ao Norte da América do Sul, viveu um jacaré gigante de 8,5 toneladas, o Purussaurus brasiliensis.
Descrito pela primeira vez 100 anos atrás, o Purussauro é conhecido pela ciência há muito tempo, e chama grande atenção pelo seu tamanho colossal. Somente o crânio desse réptil chegava a medir 1,5 metros, com uma mordida poderosa que estima-se ter alcançado 7 toneladas de força, isso graças ao formato de seu crânio: curto, com um formato robusto, largo e com narinas grandes que dissipavam muito mais o impacto gerado mordida, sem causar prejuízos ao animal. Essa poderosa mordida o permitia atacar presas muito maiores, o elevando ao topo da cadeia alimentar daquela época.
Este jacaré gigante podia chegar a cerca 12,5 metros de comprimento e também compartilhava seu habitat com diversos peixes, tartarugas-gigantes, aves, outros tipos de jacarés, crocodilos, gaviais, e uma fauna diversificada de mamíferos como preguiças-gigantes e roedores da época, acredita-se que o Purussauro tenha se alimentado de todos eles.
Com todo esse tamanho o jacaré amazônico precisava digerir ao menos 40,6 kg de alimentos. Assim como seus parentes atuais, ele provavelmente afogava suas vítimas para depois arrancar pedaço a pedaço com um giro, engolindo inteiro sem mastigar.
Com o surgimento e as mudanças constantes na elevação da Cordilheira dos Andes, houve uma alteração climática no sistema de águas amazônico, que reduziu a quantidade de espaço disponível para os animais que viviam naquela época, dificultando muito a vida dos grandes predadores. Os animais menores se adaptaram com maior facilidade, o que garantiu sua sobrevivência, já os gigantes jacarés da Amazônia não tiveram tanta sorte.