Neste exato dia, há 50 anos morre o grande físico norte americano J. Robert Oppenheimer (1904 – 1967). Sua trajetória brilhante foi abalada por obstáculos políticos e sua participação crucial no projeto da famigerada bomba atômica. Seria difícil se manter neutro em plena Segunda Guerra Mundial, e para ele foi impossível. Como físico nuclear seu intelecto foi sequestrado pelo interesse bélico do governo americano, e infelizmente a ciência usada como arma.
Oppenheimer nasceu em uma rica família judia, em 22 de abril de 1904, em Nova York. Com meros 17 anos já engraçara em Harvard, seguindo após isso para a Universidade de Cambridge na Inglaterra, e Universidade de Göttigen na Alemanha, onde desenvolveu toda sua paixão por física quântica, mais tarde publicando diversos artigos.
Na década de 30 Oppenheimer uniu-se a vários partidos e instituições de esquerda nos Estados Unidos, isso pode ser entendido em vista de que seus familiares estavam sofrendo com o antissemitismo nazista na Alemanha. Porém após este lapso ele se envolveu no projeto da bomba atômica, fazendo o cálculo da massa critica do urânio-235.
No ano seguinte J.Robert foi a Berkeley, onde se uniu a um seleto grupo de físicos chamado Luminares, que pretendia discutir e conceber a bomba atômica. Seu passado político que gerava desconfiança foi superado por sua genialidade e ele se tornou um dos mais confiáveis homens para os oficiais do exercito responsáveis pela bomba.
Foi construído um laboratório no Novo México chamado Los Alamos, e o primeiro teste batizado Trinity ocorreu em 16 de julho, explodindo com uma força próxima a 18.000 toneladas de TNT, marcando o início da chamada Era Atômica.
Em 6 de agosto de 1945 os Estados Unidos lançam as bombas nucleares que destroem as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, ato tal que pôs fim a guerra com a rendição do Japão em 15 de agosto de 1945.
Atônito e chocado com seus próprios atos e consequências, o erudito se arrepende de ter feito parte de tão terrível e cruel projeto, proferindo com olhos mortos em entrevista a famosa frase de Bhagavad-Gita (principal obra da religião Vaishnava) “Eu sou a morte: o destruidor dos mundos”.
Com o fim da guerra ele recebeu reconhecimento mundial como o pai da bomba atômica, contudo seu pensamento havia mudado, tornou-se conselheiro científico do governo federal, foi nomeado presidente do Comitê Consultivo Geral para a Comissão de Energia Atômica, e em todas essas oportunidades ele expressou seu desejo pelo controle internacional do uso da energia atômica e sua oposição à construção da bomba de hidrogênio.
Seu posicionamento e passado político incomodaram autoridades, sendo que em 1953 a Comissão de Energia Atômica suspendeu sua autorização de segurança. Ele voltou à vida acadêmica, porém sua carreira estava defasada por tantas intempéries.