Vacina de 100 anos de idade poderia nos proteger da Covid-19?

Erik Behenck
Testes utilizando a vacina BCG podem ajudar contra a Covid-19

Cientistas do planeta inteiro estão em uma corrida na busca por uma vacina contra a Covid-19. Assim, enquanto uns estudam novas formas de vencer a doença, outros testam medicamentos já conhecidos para tentar superar o Coronavírus.

Dessa forma, pesquisadores encontraram um composto centenário, capaz de combater a tuberculose, doença que afeta os pulmões. A partir disso, chamou atenção o fato de que os países que fazem a sua utilização foram menos atingidos por Covid-19 até agora.

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A pergunta que fica é: essa vacina poderia nos proteger da Covid-19? Por enquanto, ainda não é possível fazer afirmações nesse sentido. Mas, já foram preparados diversos materiais acerca do assunto.

Vacina centenária pode combater a Covid-19?

A professora de microbiologia molecular e imunologia da Keck School of Medicine da University of Southern California, Paula Cannon, acredita que seja possível separar outros fatores relacionados a uns países terem mais casos do que outros.

Por isso, além da vacina contra a tuberculose, a qualidade do sistema de saúde e as medidas que foram adotadas pelas autoridades contra a doença aparecem entre as coisas mais importantes.

Em países como Japão e China, assim que as crianças nascem devem receber a vacina BCG, injeção que não é das mais comuns em países de baixa renda. Além disso, na Espanha, França e Suíça não é mais exigido, já que o risco da doença é baixíssimo.

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Porém, a vacina BCG não serve apenas para proteger contra a tuberculose. Aliás, ela ajuda contra diversas outras enfermidades e até mesmo infecções respiratórias. Para exemplificar, foi realizada uma pesquisa em Guiné-Bissau, na África Ocidental, indicando que as crianças vacinas tinham 50% menos chances de morrerem.

Conheça a vacina BCG

A vacina BCG é composta por bactérias vivas enfraquecidas, sendo que ela foi criada pela primeira vez na década de 1920 em Paris. Mas, hoje em dia existem diferentes fórmulas, produzidas em países como Japão e Dinamarca.

Diferente de outras vacinas, essa serve para o sistema imunológico inato, liberando células imunes rapidamente, combatendo as substâncias estranhas do organismo. Dessa forma, um estudo concluiu semelhanças entre países que contam com vacinas BCG e a disseminação de Covid-19.

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Como a Covid-19 é uma doença nova, os estudos ainda são preliminares. Assim, fica difícil para tirar conclusões, por mais que os números sejam interessantes. Para exemplificar, na Irlanda foram 9.655 casos com 334 mortes, no Reino Unido, 89.554 casos e 11.346 óbitos, a diferença é que na Irlanda existe a exigência da vacinação BCG.

A solução seria a revacinação?

Conforme a pesquisadora Cannon, é difícil afirmar por quanto tempo a vacina BCG pode fazer efeito no corpo. Mas, uma pesquisa indicou que a taxa de mortalidade foi de 5,2% nos países com vacinação, e de apenas 0,6% nos países onde acontece uma nova vacinação.

O grande problema é que por enquanto as informações ainda são bastante incomplexas. “Estamos todos adivinhando quais são as verdadeiras taxas de infecção e de mortalidade, porque não existem testes uniformes em todos os países”, explicou.

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Como o tempo para encontrar uma solução contra a Covid-19 é curto, fica difícil para fazer testes em animais. Ainda assim, a vacina contra a BCG tem um histórico bem seguro.

Um estudo preliminar foi publicado no Research Gate, acesse aqui para conferir mais detalhes.

Você sabe como são produzidas as vacinas?

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