Como você acha que funcionam as estações do ano no sexto planeta a partir da distância do sol? O telescópio espacial James Webb capturou imagens que mostram o fim do verão e o início do outono em Saturno.
Leigh Fletcher, cientista da Universidade de Leicester, na Inglaterra, fez uso de uma tecnologia intitulada Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) para extrair três imagens das camadas superiores do planeta gasoso. Elas mostram cerca de 96,5 mil quilômetros entre o polo norte e seu equador.
Por meio do MIRI, a equipe de Fletcher pôde medir a temperatura nas camadas superiores de Saturno e descobrir os compostos químicos presentes em sua densa atmosfera. O hemisfério norte do planeta está esfriando aos poucos e a circulação global de ar, responsável por seu controle climático, está na iminência de inverter sua direção.
Trata-se de uma tarefa bastante complicada para o James Webb; afinal, o telescópio foi desenvolvido para capturar imagens de planetas incrivelmente distantes. Os que estão em nosso Sistema Solar são capturados com dificuldade pelo equipamento devido ao brilho excessivo dos astros.
Como funcionam as estações de Saturno?
Saturno possui uma leve inclinação axial de 26,7 graus (em comparação, a Terra possui uma inclinação de 23,5 graus). Essa característica é o que permite a presença de estações em ambos os planetas.
A temperatura média de Saturno é de -178°C; durante o verão, o clima fica um pouco mais “quente”: algo em torno de -130°C e -140°C. Nos polos, a situação é bem diferente: as temperaturas giram entre -200°C e -220°C.
Saturno leva cerca de 29 anos para completar seu período de translação (uma volta completa ao redor do Sol); isso significa que cada estação dura aproximadamente 7,3 anos. Na Terra, as estações duram cerca de três meses.
Equilíbrio e caos
No polo norte de Saturno, é possível conferir um furacão gigantesco cercado por um vórtice hexagonal. No inverno, as correntes de ar quente desaparecem e o polo norte para de apontar para o Sol; como resultado, a escuridão assola a região até a primavera.
Este vórtice foi descoberto pela sonda Cassini, ao final de sua missão: à época, o inverno tomava conta do hemisfério sul do planeta. Fletcher acredita que, devido à mudança de estação, o mesmo ocorrerá no hemisfério norte do planeta anelar.
Apesar de ambos os polos do planeta sediarem poderosos furacões, o vórtice circular do polo norte (30.000 km de largura) tem o dobro do tamanho do vórtice no polo sul (15.000 km de largura). Ambos são cobertos por nuvens espessas e brilhantes, compostas principalmente por hidrocarbonetos, como etano e metano.
