O tambor de giz tem 5 mil anos e estava dentro de um cemitério de crianças. Segundo o Museu Britânico, é a “peça mais importante de arte pré-histórica encontrada na Grã-Bretanha nos últimos 100 anos”. O objeto será revelado após longos seis anos de sua descoberta e fará parte de uma exposição específica “World of Stonehenge”, segundo a CNN.
Como descobriram o tambor?
Em 2015, durante escavações de rotina para construção de uma estrutura, proprietários de uma região rural da vila de Burton Agnes, em East Yorkshire (Inglaterra), encontraram a peça. Logo após, uma equipe de arqueólogos da empresa independente Allen Archaeology identificaram um antigo cemitério no mesmo local.
Conforme o grupo, haviam restos mortais de três crianças, com idades entre 3 e 12 anos, os quais foram encontrados ainda entrelaçados, provavelmente assim há milênios atrás. “Eles estavam abraçados”, contou Mark Allen, fundador da Allen Archaeology.
Por fim, o tambor localizava-se acima da cabeça do filho mais velho, junto com uma bola de giz e um alfinete de osso polido (apresentados na imagem acima).
O evento é raro, porque os povos antigos da Grã-Bretanha Neolítica não utilizavam sepulturas comuns, frequentemente os corpos eram cremados ou comidos por corvos. Além disso, a descoberta ocorreu mais de 100 anos depois do descobrimento dos três tambores de giz na vila de Folkton, cerca de 24 km de Burton Agnes, em 1889.
Características do instrumentos
Apesar do nome, o tambor era provavelmente uma peça de arte escultural, um talismã ou, talvez, um brinquedo para as crianças. Sendo que o material também mostra traços delicadamente esculpidos com as formas de alguns espirais e triângulos.
O objeto é artisticamente semelhantes a outros objetos encontrados em sítios neolíticos na Escócia e na Irlanda. Portanto, sugere que as comunidades pré-históricas estavam em comunicação umas com as outras apesar das distâncias geográficas significativas.
“Este tambor é particularmente intrigante, porque basicamente engloba um tipo de linguagem artística que vemos nas Ilhas Britânicas neste momento, e estamos falando de 5.000 anos atrás”, disse a curadora do projeto Jennifer Wexler.