População global chegará a 8 bilhões este ano

Dominic Albuquerque

As últimas projeções da Organização das Nações Unidas sugerem que a população global pode atingir 8,5 bilhões em 2030 e 9,7 bilhões em 2050, antes de atingir o pico de 10,4 bilhões durante a década de 2080. A estimativa é de que a população continue nesse nível até 2100.

Contudo, como relatado pelo World Population Prospect, a população global está crescendo no seu ritmo mais lento desde 1950, caindo para menos de 1% em 2020. A fertilidade, declara o relatório, caiu significativamente nas últimas décadas em muitos países: hoje, dois terços da população global vivem num país ou área onde a fertilidade é de 2,1 nascimentos por mulher. Isso seria o nível requerido para um crescimento zero a longo prazo, para uma população de baixa mortalidade.

Em 61 países ou áreas, espera-se que a população diminua em pelo menos 1% das próximas três décadas, como resultado de baixos níveis de fertilidade e, em alguns casos, altas taxas de emigração.

A pandemia do COVID-19 também teve um efeito na população: a expectativa de vida global ao nascer caiu de 71 anos em 2021 (que caiu de 72.9 em 2019) e, em alguns países, as ondas sucessivas da pandemia podem ter produzido reduções de curto prazo no número de gestações e nascimentos.

Crescimento da população global se concentra em oito países

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A Índia é um dos países onde o crescimento projetado para a população se concentra. Imagem: Pixabay

Mais da metade do crescimento projetado para a população global até 2050 estará concentrado em oito países: República Democrática do Congo, Egito, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e a República Unida da Tanzânia.

Países da África Subsaariana são projetados para contribuir com mais da metade do crescimento antecipado até 2050. Liu Zhemin, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, alertou que um crescimento acelerado da população global torna mais difícil a erradicação da pobreza, assim como o combate à fome e desnutrição. Além disso, torna mais difícil o acesso à saúde e educação.

O “dividendo demográfico”

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O aumento da parcela da população em idade ativa fornece uma oportunidade de crescimento econômico em diversos países. Imagem: Pixabay

Na maioria dos países da África Subsaariana, assim como em partes da Ásia, América Latina e do Caribe, as reduções recentes de fertilidade levaram a um “dividendo demográfico”, com um aumento na parcela da população em idade ativa (25 a 64 anos), fornecendo uma oportunidade para um crescimento econômico per capita acelerado.

O relatório argumenta que, para tirar o máximo dessa oportunidade, os países devem investir no desenvolvimento do capital humano, garantindo acesso à saúde e educação de qualidade para todas as idades e promovendo oportunidades para empregos produtivos e decentes.

Atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente aqueles relacionados com a saúde, educação e igualdade de gênero, irão contribuir para reduzir os níveis de fertilidade, diminuindo a taxa de crescimento da população global.

Mais pessoas na terceira idade

Veremos muito mais pessoas na terceira idade até 2050. Até lá, espera-se que o número de pessoas com 65 anos ou mais no mundo serão o dobro comparadas ao número de crianças abaixo de cinco anos, e em torno do mesmo número de pessoas com menos de 12.

Reduções na mortalidade devem resultar numa longevidade global de em torno de 77.2 anos em 2025. O relatório recomenda que países com populações envelhecendo devem tomar iniciativas para adaptar os serviços públicos para os números crescentes de pessoas mais velhas, estabelecendo acesso universal a saúde, com sistemas de longo prazo, além de aprimorar a sustentabilidade da seguridade social e os sistemas de pensão e aposentadoria.

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