Último paraíso natural intocado na Austrália está infestado de plástico

SoCientífica
Uma praia aparentemente limpa das Ilhas Cocos, retratada em abril de 2013. Créditos: Wikimedia

Muitos estudos ilustraram a quantidade insana de plástico entupindo nosso planeta. Mas um novo foco descoberto nas Ilhas Cocos da Austrália sugere que ainda podemos ter subestimado o problema.

Pesquisadores investigaram 88% das ilhas remotas consideradas “o último paraíso natural da Austrália” e encontraram cerca de 414 milhões de fragmentos de plástico – incluindo cerca de 373.000 escovas de dentes e 977.000 sapatos – pesando 262 toneladas, segundo a CNN.

Cerca de 93% desses detritos, principalmente micro-plásticos, estavam enterrados em até 4 polegadas abaixo da superfície. “Isso sugere que os levantamentos globais de detritos, a maioria dos quais são focados apenas em detritos de superfície, subestimaram drasticamente a escala de acúmulo de detritos”, diz o estudo publicado na revista Scientific Reports.

A autora do estudo, Jennifer Lavers, da Universidade da Tasmânia, diz que até seus números são “conservadores”. Pesquisadores apenas “arranharam” a superfície das ilhas de apenas 500 pessoas – descobrindo que 25% dos lixos vieram de itens de consumo descartáveis.

Como agora se acredita que existam mais pedaços de plástico no oceano do que estrelas na Via Láctea — 5,25 trilhões —, “limpar nossos oceanos não é possível no momento”, diz a co-autora Annett Finger.

“A única solução viável é reduzir a produção e o consumo de plástico, melhorando a gestão de resíduos para impedir que esse material entre em nossos oceanos em primeiro lugar.”

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