Pílula poderá fornecer benefícios cognitivos da atividade física?

Wellington Reis
(Imagem: Pixabay)

Cientistas da Universidade da Califórnia, em San Francisco (UCSF Center for Regeneration Medicine and Stem Cell Research), estão estudando uma pílula que poderá fornecer benefícios cognitivos da atividade física. De acordo com a equipe de pesquisa, essa pílula seria capaz de estimular a cognição de indivíduos, do mesmo modo que os exercícios.

Será mesmo possível que os benefícios cognitivos da atividade física podem ser compilados em uma única pílula?

Pílula com benefícios cognitivos da atividade física

Pílula com benefícios cognitivos da atividade física
(Imagem: JESHOOTS.com / Pexels)

Os exercícios trazem diversos benefícios a pessoas de todas as idades. Contudo, algumas pessoas, devido ao envelhecimento e deficiências físicas tem muitas dificuldades em fazer exercícios, e acabam perdendo as vantagens que eles podem proporcionar.

Por isso, cientistas estão estudando como fazer uma pílula que pode transferir benefícios cognitivos da atividade física para uma pessoa que não pode se exercitar. Para fazer isso, eles pegaram sangue de ratos idosos que se exercitaram regularmente por sete semanas e o administraram a ratos idosos sedentários.

Logo após quatro semanas de tratamento, os ratos sedentários tiveram grandes melhoras no seu aprendizado e memória, semelhante ao observado nos ratos que se exercitavam regularmente.

Quando notaram essa grande melhora, eles examinaram o cérebro dos animais e descobriram que a produção de novos neurônios no hipocampo tinha aumentado muito. Portanto, os resultados progrediram em direção ao sucesso.

Transferência de benefícios por sangue?

Os cientistas escolherem esse modo porque o laboratório de Villeda mostrou anteriormente que: “… a transferência de sangue de animais jovens, seja por parabiose heterocrônica (na qual se juntam sistemas circulatórios jovens e velhos) ou pela administração de plasma sanguíneo jovem, melhora a capacidade regenerativa e a cognição em ratos idosos”, observaram os autores.

Ao estudarem o sistema sanguíneo dos ratos, a enzima hepática, que ainda foi pouco estudada pela comunidade científica, chamada Gpld1, foi apontada como a possível responsável pelos benefícios bem conhecidos do exercício no cérebro envelhecido. De acordo com os cientistas, seus efeitos regenerativos podem ser transferidos diretamente de um animal para outro.

Pílula com benefícios cognitivos da atividade física
(Imagem: Andrea Piacquadio / Pexels)

Saul Villeda, PhD, professor assistente da UCSF exemplificou como a proteína age da seguinte forma: “Através dessa proteína, o fígado está respondendo à atividade física e dizendo ao velho cérebro para ficar jovem.” 

Se os resultados realmente se confirmarem, há a possibilidade de que eles podem dar os efeitos neuroprotetores de atividades físicas a pessoas que não conseguem exercê-la. As quais são aquelas fragilizadas pela idade ou por deficiências físicas.

Villeda afirmou que “se houvesse uma droga que produzisse os mesmos benefícios cerebrais que o exercício, todo mundo estaria tomando, nos departamentos de anatomia e ciências da fisioterapia e reabilitação. “

Claro que nem todos os benefícios da atividade física podem ter contidos em uma pílula. À exemplo dos bons efeitos psicológicos que ela nos traz, como a sensação de satisfação e de realização.

Contudo, os benefícios das atividades físicas relacionados a diminuição dos riscos do declínio cognitivo em idosos e a melhora de sua cognição podem ser sim grandes benefícios que essa pílula pode trazer.

Veja a seguir o próprio Villeda falando sobre a pílula:

Conclusão

Os resultados da pílula surpreenderam até mesmo os cientistas envolvidos no projeto, que estão otimistas com suas aplicações futuras.

Ainda assim, como essa pílula ainda não está pronta, só nos resta continuar com nossas atividades físicas. Desse modo, poderemos ter todos os benefícios que elas podem nos proporcionar.

Com informações de Genetic Engineering and Biotechnology News: GEN.

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