Erupções solares são explosões que ocorrem na superfície do Sol e que liberam plasma e partículas supercarregarregas. São realmente energéticas e podem causar muita destruição.
A mais famosa e maior tempestade solar que já ocorreu, pelo menos desde que sabíamos registrar, foi em 1859, e causou uma relativa destruição, que seria ainda mais catastrófica nos dias de hoje.
Esses ventos solares foram tão intensos que causaram auroras até mesmo nos países próximos à linha do equador. Eu sei, deve ter sido lindo, mas isso é uma péssima notícia para uma sociedade baseada em tecnologia.
Auroras boreais, ou auroras austrais são causadas quando há a interação de partículas carregadas, como elétrons, com o campo magnético terrestre. É literalmente a Terra nos protegendo da ira solar.
Elas ocorrem apenas nos polos porque são os locais onde o campo magnético é mais frágil e instável, e ocorrer até no equador significa que realmente essa tempestade é energética.
Resultado: redes elétricas e redes de telégrafos sofreram muitas interferências, e foram até mesmo queimados. Em 1859 a sociedade não dependia tanto disso, mas imagine só hoje em dia. Se perdêssemos a eletricidade, internet e computadores seria literalmente o apocalipse. No mínimo queimaria nossos satélites e colocaria os astronautas em risco.
Em 2012, algumas pessoas pensavam que o mundo iria acabar – e quase acabou mesmo. Uma tempestade solar que poderia causar um prejuízo de mais de 2 trilhões de dólares quase nos atingiu.
Por coincidência do destino, essas partículas carregadas não acertaram a Terra em cheio, mas foi quase. Elas passaram pela órbita da Terra e não causaram grandes transtornos.
Como podemos prever as erupções solares e minimizar a destruição?
Entre a tempestade sair do Sol e nos acertar aqui na Terra, temos algo entre algumas horas e alguns dias. Como ela viaja mais devagar do que a luz, podemos saber com essa antecedência.
Entretanto, alguns dias não é um período suficientemente longo para nos prevenirmos. Mas uma nova técnica que está sendo desenvolvida pode ser a chave para prevemos essas explosões.
Quando uma tempestade solar está prestes a ocorrer, as linhas magnéticas do Sol começam a sofrer algumas interferências, e quando elas se “reconectam” e se estabilizam, a explosão energética é liberada, portanto.
Em um novo estudo publicado na revista Science, liderado pelo físico Kanya Kusano, da Universidade de Nagoya, no Japão, a equipe propõe uma forma de se prever grandes erupções solares a partir dessa ideia.
Quando os “arcos” magnéticos, imaginários, se conectam, forma-se uma espécie de loop, em forma de m, e um novo loop começa a se formar. Esses loops começam a se ligar e se expandir, quando liberar a energia.
Para essas análises, eles utilizaram dados da Solar Dynamics Observatory (SDO), da NASA, que está há mais de uma década observando o Sol e gerou um lindo time-lapse, que já falamos aqui. Veja o timelapse.
Eles conseguiram, por meio desses dados, e utilizando o novo método, prever sete das nove explosões de plasmas que ocorreram na superfície do Sol nessa década que ocorreu.
“Concluímos que a densidade do fluxo de torção magnética, próxima a uma linha de inversão de polaridade magnética na superfície solar, determina quando e onde as explosões solares podem ocorrer e qual o tamanho delas”, dizem os pesquisadores no resumo do artigo
Com informações de Science News.