Pesquisadores querem resgatar o naufrágio milenar Zambratija

Elisson Amboni
Imagem: Philippe Groscaux/Mission Adriboats/CNRS/CCJ

Arqueólogos marinhos estão prontos para ressuscitar uma relíquia do passado. Eles planejam recuperar o Zambratija, um barco com mais de 3.000 anos no fundo do Mar Adriático.

Esta embarcação antiga exibe uma resistência admirável ao tempo. “Costurado” à mão na antiguidade, ela ainda se mantém em ótimo estado.

O barco Zambratija

O Zambratija já foi um navio robusto, com 10 metros de comprimento e 2,3 metros de largura. Giulia Boetto, arqueóloga marinha do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS), compartilha essas medidas impressionantes com entusiasmo.

Ele deve seu nome à Baía Zambratija no Condado de Ístria, Croácia – o local onde seus restos foram encontrados.

Recentemente, mergulhadores do Centro Camille Jullian e do Museu Arqueológico de Ístria se uniram para iniciar a tarefa desafiadora de remover partes deste relicário submarino.

Uma peça incomparável da História

Os pesquisadores estimam que o navio remonta aos séculos 12 e 10 a.C., tornando-o “o barco ‘costurado’ à mão mais antigo do Mediterrâneo”, segundo o CNRS.

“Não há equivalente para sua arquitetura e construção na região mediterrânea”, declara orgulhosamente o Centro Camille Jullian em um comunicado oficial.

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Imagem: Mission Adriboats/CNRS/CCJ

Apesar da singularidade do design e condição excepcionalmente preservada do Zambratija, os especialistas veem nele mais que uma simples embarcação antiga. Ele representa um exemplo típico das tradições ancestrais de construção naval deste canto específico do Mediterrâneo.

“Pode-se considerar o barco Zambratija como o arquétipo das tradições identificadas no Adriático pela maneira como foi montado e datado”, explica o comunicado oficial.

Da descoberta ao resgate

Submerso a apenas 2,5 metros abaixo da superfície, os pesquisadores descobriram pela primeira vez este tesouro histórico em 2008. Desde então, vários mergulhos foram realizados para examiná-lo mais detalhadamente.

A nova iniciativa visa retirá-lo dos abismos marinhos para realizar uma reconstrução detalhada em 3D da estrutura do navio. Além disso, eles pretendem analisar seus materiais numa busca detalhada pelos segredos ocultos em seu passado duradouro.

Como parte desse meticuloso processo pós-resgate, os restauros farão a dessalinização dos destroços na Croácia antes de enviá-los à oficina Arc-Nucléart na França — especializada na restauração de artefatos culturais.

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