O potencial de prevenção das vacinas em formato adesivo

Lorena Franqueto
Vacina em formato adesivo possui grande potencial contra o Coronavírus. Imagem por ronstik disponível Pixabay.

A COVID-19 atingiu mais 160 milhões de pessoas e modificou o mundo completamente. Por isso, as pesquisas sobre as formas de prevenção permanecem a todo vapor no meio cientifico. Tendo isso em vista, um recente estudo demonstrou o potencial de prevenção das vacinas em formato adesivo.

Qual o impacto desse novo formato de prevenção?

Recentes atualizações da Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmaram que, infelizmente, alguns países não atingirão a meta de imunização de 40% da população até o final do ano.

Esse atraso na vacinação aconteceu graças a algumas barreiras. Por exemplo, falta de seringas e o pouco acesso a câmaras de refrigeração adequadas caracterizam as dificuldades dos países em vacinar seus cidadãos.

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Imagem por spencerbdavis1 disponível em Pixabay.

Por fim, o medo de agulhas também é um grande fator limitante para que indivíduos recebam as doses de prevenção.

Tendo em vista esses empecilhos, um grupo de cientistas da Universidade de Queensland na Austrália pesquisou sobre um novo formato de vacinas. Assim, os pesquisadores focaram em avaliar o potencial de prevenção das vacinas em formato adesivo.

Cabe ressaltar que essa “nova” tecnologia estudada é muito semelhante com adesivo de microagulha responsável por fornecer insulina a pacientes diabéticos.

Avaliação do potencial de prevenção das vacinas adesivas:

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A “imagem A” exemplifica o dispositivo para vacina em formato adesivo. Autoria da imagem: artigo da Science “Complete protection by a single-dose skin patch–delivered SARS-CoV-2 spike vaccine“, autoria Muller et al.

Conforme as informações do artigo, a vacina em formato adesivo é menor que uma unha e a injeção ocorre nas camadas superiores da pele em região superior do braço. Além disso, essa injeção ocorreu graças a “pequenas agulhas”, cerca de 5.000 projeções administram em um clique a vacina.

Um dos autores do artigo, Davis Muller, explicou o processo: “Você remove o lacre do dispositivo e penetra no braço, depois deixa o mesmo por 10 segundos na região e, por fim, remove o aplicador“.

Além disso, também estudaram as respostas desse processo. Sendo elas, possível vermelhidão na região da aplicação e braço dolorido

No entanto, cabe ressaltar que esse experimento está em fases iniciais, uma vez que apenas animais de laboratório participaram do teste.

A fim de testar o adesivo, os pesquisadores combinaram o dispositivo com subunidades de proteínas da superfície do SARS-CoV-2. Sendo que, felizmente, o resultado foi uma candidata segura e eficaz contra o novo Coronavírus.

Por fim, o grupo ainda verificou a estabilidade do dispositivo com relação à temperatura. Segundo eles, em temperatura ambiente, a vacina ficou estável por mês e viável por uma semana em 40ºC.

As respostas das células de defesa:

A pele humana garante uma grande barreira contra agentes infecciosos externos, como bactérias e vírus. Sendo assim, quando a vacina fosse injetada no braço as proteínas do vírus seriam prontamente atacadas por células de defesa especializadas.

Segundo o estudo de Queensland, depois que a administração ocorreu em camundongos, os roedores produziram um grande número de anticorpos neutralizantes do SARS-CoV-2. Por fim, os autores visualizaram uma resposta imune relevante contra as variantes Alfa e Beta.

Além das vantagens de armazenamento e menor necessidade de recursos, outros estudiosos da área também acreditam que as vacinas em formato adesivo podem melhor o acesso da população à prevenção num futuro próximo.

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