O jejum na dieta é a chave para uma mais vida saudável

Lorena Franqueto
Imagem: Pixabay

Desde muito tempo, os pesquisadores conhecem o impacto da restrição de calorias no envelhecimento saudável em várias espécies. Mas, segundo pesquisa recente, na Nature Metabolism, incluir o jejum na dieta é a chave para uma vida mais saudável. Além disso, de acordo com os resultados do estudo, o jejum também promove uma maior longevidade.

Apesar dos cientistas já saberem que a restrição na dieta estende a vida dos roedores. Nesse experimento, no entanto, a equipe identificou a influencia do tempo entre as refeições e os benefícios dele nesse processo.

Como os cientistas realizaram o experimento?

O objetivo do estudo foi testar o impacto do jejum na dieta e considerá-lo como a chave para a vida mais saudável do roedor.

Portanto, primeiramente, os pesquisadores colocaram os animais em diferentes grupos, sendo quatro no total. Ou seja, cada equipe recebeu restrições diferentes na dieta.

Cabe ressaltar que um dos grupos de camundongos recebeu acesso ilimitado para comida e sem restrição na dieta, chamado de grupo controle (equipe 1). Além disso, a equipe 2, ganhou alimentos com calorias normais, porém com inclusão de jejum.

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Imagem: Wageningen University

Por fim, outros dois conjuntos receberam restrição de 30% na dieta. A equipe 3 ganhou comida de baixa caloria durante o dia todo. Já o grupo 4, recebeu uma quantidade menor de alimentos e um jejum com duração de 21 horas.

Após essas etapas, os integrantes da pesquisa obtiveram resultados muito positivos. Ao passo que o grupo 4 de camundongos viveram quase meio ano a mais, os roedores com acesso ilimitado (grupo 3) tiveram vidas um pouco mais curtas do que o grupo controle.

Ademais, outra conclusão satisfatória foi a relação entre o grupo 2 e 4. Segundo os autores, os camundongos que fizeram o jejum sem restrição na dieta tiveram benefícios semelhantes à associação redução das calorias e jejum.

De acordo com o líder da pesquisa, Professor Dudley Lamming, a ciência precisa focar em novos estudos tendo como base nesses resultados. Lamming recomenda, por exemplo, avaliar intervenções mais semelhantes ao jejum ao invés de concentrar em diminuir as calorias.

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Imagem: ChrisChrisW/iStock via Getty Images Plus

Conforme a conclusão obtida no artigo, os animais do grupo 3 não demostraram melhor controle do açúcar no sangue. Em contrapartida, os camundongos do grupo 2 e 4 adaptaram o metabolismo para as demandas diárias.

Podemos considerar o jejum como a essência para uma vida mais saudável em humanos?

Apesar dos dados obtidos serem promissores na ciência, outras interpretações indicam que é mais complexo extrapolar as conclusões para as condições humanas. Uma vez que os processos corporais em pessoas e camundongos é metabolicamente diferente. Assim, o processamento dos alimentos também será desigual.

Conforme Stephen O’Rahilly, diretor da Unidade de Doenças Metabólicas da Universidade de Cambridge, para considerar a pesquisa completamente viável são necessários outros métodos em humanos. Para o diretor, na pesquisa humana, os indivíduos deveriam ingerir as calorias de uma semana em um único dia.

Ademais os homens vivem quase 80 anos, já os camundongos no máximo 2 anos. Por isso, para avaliar as mudanças e benefícios na longevidade, os testes com pessoas durariam muito mais tempo.

Artigo disponível na Nature Metabolism.

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