O Brasil participou da confirmação da Teoria da Relatividade de Einstein

Felipe Miranda
(Créditos da imagem: Pixabay)

No início do século XX um jovem pesquisador, não muito apresentável e com uma carreira acadêmica nada bem sucedida, colocava em xeque grande parte das ideias do grande Isaac Newton com a Teoria da Relatividade.

Claro que, inicialmente, os trabalhos de Einstein não foram muito bem aceitos. Ele não era muito levado a sério pela elite acadêmica, dado o seu jeito deviante de viver e agir.

Einstein trabalhava em um escritório de patentes na Suíça, isso porque após finalizar sua graduação, nenhuma universidade o aceitou como professor ou assistente. 

Foi nesse contexto que, em 1905 ele vive seu ano miraculoso. Trabalhando somente no tempo livre, ele publicou 5 artigos que revolucionaram a física, com destaque para a Relatividade Restrita e o Efeito Fotoelétrico, que lhe rendeu um Nobel.

Através de estudos de documentos da época, hoje, há evidências de que sua esposa até então, a física Mileva Marić, possui uma importância maior do que lhe é atribuído ao trabalho.

Polêmica

Um jovem deviante ousar desafiar Newton causou grande polêmica. Levou um certo tempo até que as pessoas considerassem levá-lo a sério. Einstein permaneceu até 1908 no escritório de patentes.

Logo em seguida, ele ingressa na Universidade de Zurique como professor de eletrodinâmica e aos poucos vai sendo convidado por outras universidades.

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Einstein passou a dar muitas palestras, e os cientistas foram aos poucos entendo e considerando suas ideias. Em 1915 ele publica a Relatividade Geral, que completa e ata alguns pontos da Relatividade Restrita, de 1905.

Confirmação da Teoria da Relatividade

A teoria estava pronta. Agora havia a necessidade da confirmação experimental de que a Relatividade Geral de fato funcionava. Após tentativas frustrada em anos anteriores, a confirmação veio em 1919.

Foi através de um eclipse solar, observado principalmente da África e da cidade brasileira de Sobral, no Ceará, que os cientistas puderam ver que Einstein estava correto.

A observação deveria funcionar, já que era uma chance única em 500 anos. O eclipse durou mais de seis minutos, o que possibilitava uma fotografia de longa exposição, e um eclipse tão longo é raríssimo.

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Basicamente, um dos pontos que Einstein propunha, era de que o espaço é como um tecido: um corpo massivo gera uma distorção desse tecido, e é essa distorção que é a gravidade.

Um eclipse solar total seria o momento perfeito para testar, já que a lua escureceria o céu do local, possibilitando que fossem enxergadas algumas estrelas próximas ao Sol.

Se a Teoria da Relatividade fosse real, essa “dobra” no tecido do espaço-tempo distorceria a luz da estrela, e a vista aparente dela seria uma posição diferente da posição real.

Portanto, astrônomos capturaram fotos do eclipse e compararam a posição que essa estrela estava nas fotos e posição que ela deveria estar. E de fato, houve a distorção.

Desde então, diversas observações experimentais até os dias de hoje corroboram a Relatividade Geral, inclusive a fotografia de um buraco negro. Ele foi extremamente assertivo e ninguém foi capaz de refutar Einstein.

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