Novas imagens de Júpiter revelam os segredos de suas tempestades selvagens

Erik Behenck
Júpiter foi analisado de uma nova forma. Imagem: Gemini Observatory

Distante entre 628 milhões e 928 milhões de quilômetros da Terra, dependendo da época, Júpiter é muito surpreendente. Agora foram divulgadas imagens com excelente resolução, feitas com uma técnica conhecida como “Lucky Imagin”, rastreando ondas de calor presentes abaixo das nuvens de gás. Aliás, as novas imagens de Júpiter são fascinantes.

Essa técnica conhecida como “Imagem sortuda”, literalmente, envolve astronomia, combinando múltiplas imagens de várias exposições diferentes. Assim, os ruídos e a interferência são diminuídos, formando uma única imagem, resultado da sobreposição de um mosaico de fotos. Dessa forma, fica mais fácil para conhecer o gigante que está longe 778 milhões de quilômetros, em média.

Como foram criadas as novas imagens de Júpiter?

As fotografias foram feitas pelo Telescópio Gemini North, localizado no Havaí. Aliás, o instrumento está em uma área que possui excelente nitidez para a observação de astros. Ainda assim, essa imagem infravermelha é fruto de um trabalho liderado por um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Esse é um programa de múltiplas observações, ligado ao Telescópio Hubble e da sonda espacial que orbita Júpiter. Assim, o infravermelho foi utilizado para ver entre os gases que envolvem júpiter, permitindo que a observação de sua superfície fosse possível, algo praticamente inédito.

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O infravermelho permite que seja visto um comprimento de onda maior que a luz visível obtida pelo Hubble. Então, os pesquisadores conseguiram ver além da neblina e nuvens, no topo de atmosfera do planeta. Assim, com essas novas imagens de Júpiter os pesquisadores podem analisar melhor.

Esse estudo vai além apenas de produzir fotografias bonitas. Dessa forma, os pesquisadores pretendem compreender como funciona o clima no maior planeta do Sistema Solar. Aliás, nesse planeta tempestades incessantes são comuns, podendo durar até mesmo séculos. Ainda assim, seu clima continua misterioso.

Novas imagens de Júpiter
Imagens da grande mancha vermelha de Júpiter do telescópio espacial Hubble e do Observatório Gemini, tiradas em 1 de abril de 2018. Cada imagem é rotulada de acordo com o telescópio e o tipo de luz usado para criá-la. As imagens marcadas com HST vêm do Telescópio Espacial Hubble e as marcadas com RGB usam o espectro de luz visível. (NASA, ESA e MH / Wong (UC Berkeley) e equipe)

Um pouco sobre Júpiter

O planeta Júpiter tem um diâmetro 11 vezes maior do que a Terra, sendo 300 vezes maior, considerado ainda como o maior planeta do Sistema Solar. Distante quase 1 bilhão de quilômetros do astro principal, ele leva quase 12 anos terrestres para dar uma volta completa em torno do Sol, enquanto isso, um dia tem duração de 10 horas.

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Júpiter tem composição semelhante à de uma estrela, contando com hidrogênio e hélio entre os seus principais elementos. Os pesquisadores não podem afirmar, mas acreditam que o “hidrogênio metálico” seja a fonte do campo magnético do planeta. Além disso, é cercado por nuvens, formadas principalmente por amônia e sulfeto de hidrogênio.

Tem mais um detalhe surpreendente: como citamos antes, as tempestades são bem longevas, até por isso, a mancha vermelha é um vórtice gigante de uma tempestade maior do que a Terra.

As imagens foram reveladas em um estudo publicano no Astrophysical Journal Supplement, clique aqui para acessá-lo.

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