4 lugares remotos em que os microplásticos estão presentes

Amanda dos Santos
Microplásticos foram documentados em diversos lugares. (Imagem: Pixabay)

Microplásticos estão aparecendo por toda parte. Isso porque o plástico desempenha um papel cada vez mais importante em nosso estilo de vida. Globalmente, o uso dele disparou de cerca de 5 milhões de toneladas métricas na década de 1950 para mais de 330 milhões de toneladas métricas em 2020.

À medida que são usados e jogados fora, os produtos plásticos derramam partículas minúsculas. Portanto, os pedaços de sacos, garrafas e outros plásticos de consumo, cada um com menos de 5 milímetros, podem prejudicar animais, como os caranguejos marinhos. Eles ficam com esses microplásticos presos em suas guelras. Os microplásticos também interferem nos ecossistemas. Mostramos outros lugares onde eles se fazem presente.

Os lugares mais extremos onde os microplásticos estão

1 – No topo da montanha mais alta do mundo

monte everest
(imagem: Pixabay)

Imogen Napper, cientista marinho da Universidade de Plymouth, na Inglaterra, descobriu com sua equipe que o microplástico realmente pode ser onipresente no ambiente. 11 amostras de neve do Monte Everest analisadas continham plástico, relatam os pesquisadores na One Earth.

Napper se surpreendeu com a concentração de microplásticos. 119 mil peças por metro cúbico estavam na neve do acampamento base no Everest, onde os alpinistas se reúnem. Mas pedaços de plásticos também apareceram em um ponto 8.440 metros acima do nível do mar, próximo ao cume de 8.850 metros.

Ainda mais, os cientistas encontraram plásticos em três das oito amostras de água de riachos do Everest. Entretanto, talvez as descobertas não devessem ser tão surpreendentes, já que centenas de pessoas tentam chegar ao topo da montanha todos os anos e deixam para trás pilhas de lixo. A maioria dos microplásticos encontrados eram fibras de poliéster, provavelmente vindas de equipamentos e roupas de alpinistas.

2 – Nas profundezas do oceano

A poluição por plásticos no mar é muito pior do que a mancha de lixo flutuante do Pacífico. Os cientistas pescaram fibras plásticas e fragmentos das entranhas de criaturas que vivem em fossas oceânicas ao redor da Orla do Pacífico.

anfípodes
Animais ingerem microplásticos nas partes mais profundas do mar. Nos intestinos de anfípodes (um mostrado à esquerda) coletados em nove locais nas trincheiras da Orla do Pacífico, os pesquisadores encontraram fragmentos de plástico, incluindo microfibras (à direita) encontrados em uma criatura a 10.890 metros de profundidade na Fossa Mariana. AJ JAMIESON ET AL / ROY SOC OPEN SOCIETY 2019

Dos 90 crustáceos analisados em um estudo de 2019, 65 continham microplásticos. O mais profundo vindo de 10.890 metros de profundidade na Fossa Mariana. Em outro estudo, uma amostra de água na Baía de Monterey sugere que os detritos de plástico estão se acumulando abaixo da superfície e são mais prevalentes em 200 a 600 metros de profundidade.

3 – Soprando no vento

Transportados pelo ar, os microplásticos podem chegar a áreas remotas. Por exemplo, uma estação meteorológica nas montanhas dos Pireneus.

Em média, cerca de 365 partículas microplásticas por metro quadrado choveram durante um dia naquele local, no período do estudo. Quase tanto quanto caem do céu em algumas cidades. Portanto, simulações de direção e velocidade do vento sugerem que os fragmentos de plástico viajaram, pelo menos, 95 quilômetros antes de cair nessas montanhas.

4 – Em nossas entranhas

água
(imagem: Pixabay)

Um estudo de 2019 estima que um americano médio consome entre 39.000 e 52.000 peças de microplástico por ano. Os pesquisadores chegaram a esse número baseando-se em estudos anteriores que examinaram pedaços de plástico em água de torneira e engarrafada. Assim como em certos itens alimentares (peixe, açúcar, sal e álcool).

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