Mark Zuckerberg quer competir com ChatGPT construindo uma ‘super IA’

Daniela Marinho
Cath Virgínia / The Verge | Imagem: Getty Images

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou uma estratégia unificada para impulsionar as capacidades de inteligência artificial (IA) de sua empresa. Ele revelou que está integrando dois importantes braços de pesquisa de IA da Meta: a Equipe de Pesquisa Fundamental de IA (FAIR) e a Equipe de IA Generativa.

Esta colaboração estratégica visa fortalecer a visão de longo prazo da empresa, que é a construção e a promoção de uma “super ia” – a Inteligência Artificial Geral (AGI) por meio de um código aberto.

Plano de Zuckerberg com pegada “liberal”

Ao consolidar as equipes de especialistas, Zuckerberg destaca o compromisso da Meta com a inovação e a transparência na IA. Ao contrário de muitas empresas líderes em IA, incluindo a OpenAI, que adotam uma abordagem mais restritiva, a Meta está apostando na abertura, buscando desenvolver e compartilhar poderosos sistemas.

A iniciativa de Zuckerberg não apenas reflete uma postura aberta em relação à pesquisa de IA, mas também busca fortalecer a comunidade global de desenvolvedores e pesquisadores.

Contexto da inteligência artificial geral (AGI)

A OpenAI visa criar uma forma avançada de inteligência artificial chamada AGI, que aspira atingir níveis comparáveis à inteligência humana. Seu CEO, Sam Altman, concentra esforços em destacar os benefícios e desafios associados à AGI.

Ao longo do último ano, Altman expressou perspectivas ambivalentes, alertando sobre os danos potenciais de uma AGI desalinhada. Ele também tem destacado os potenciais benefícios e riscos da AGI, ressaltando sua capacidade de elevar a humanidade, impulsionar a economia global e contribuir para descobertas científicas inovadoras.

No entanto, pesquisadores questionam a base científica para a criação da AGI. Altman adota uma visão moderada, sugerindo um impacto menos disruptivo do que inicialmente pensado.

Zuckerberg, por sua vez, pretende construir sua própria AGI. O empresário afirma que “Ficou mais claro que a próxima geração de serviços requer a construção de inteligência geral completa”.

Desse modo, a iniciativa de desenvolver sistemas robustos de código aberto representa uma clara divergência em relação a várias das principais empresas de IA, como a OpenAI, que mantêm uma postura firmemente fechada.

Expectativas de Zuckerberg

Em entrevista ao The Verge, Zuckerberg demonstra suas expectativas com relação à AGI:

Tenho tendência a pensar que um dos maiores desafios aqui será que, se você construir algo que seja realmente valioso, acabará ficando muito concentrado […] Considerando que, se o tornarmos mais aberto, isso resolverá uma grande classe de questões que podem surgir do acesso desigual a oportunidades e valor. Essa é uma grande parte de toda a visão do código aberto.

Este movimento estratégico da Meta destaca não apenas a ambição de liderar o caminho em direção à AGI, mas também a crença na importância de construir um ecossistema aberto para impulsionar inovações revolucionárias em inteligência artificial.

É correto afirmar que a competição por talentos na área de inteligência artificial está mais intensa do que nunca, com todas as empresas do setor disputando um grupo extremamente limitado de pesquisadores e engenheiros qualificados.

Indivíduos com o conhecimento necessário podem receber ofertas de remuneração impressionantes, ultrapassando a marca de US$ 1 milhão por ano. CEOs, como Zuckerberg, frequentemente se envolvem na tentativa de atrair recrutas chave ou impedir que pesquisadores migrem para concorrentes.

A abertura para colaboração e compartilhamento de conhecimento pode abrir novas fronteiras na IA e acelerar o progresso em direção a sistemas mais avançados e éticos.

AGI e metaverso

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Imagem: Canva

Ao longo do tempo, afirmou Zuckerberg, os esforços da Meta para desenvolver sistemas de IA mais avançados convergirão com o metaverso, uma realidade virtual na qual a empresa investiu bilhões de dólares em desenvolvimento.

Zuckerberg prevê um futuro em que muitas pessoas interagirão com inteligências artificiais ao longo do dia, citando o sucesso inicial dos óculos Ray-Ban Meta como um exemplo.

“Esta tecnologia é tão importante e as oportunidades são tão grandes que deveríamos abrir o código-fonte e torná-lo tão amplamente disponível quanto possível”, disse Zuckerberg. 

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