IBM pretende lançar primeiro computador quântico com 1K qubit em 2023

Matheus Gouveia

A empresa IBM anunciou que pretende lançar até 2023 o primeiro computador quântico com 1000 qubit instalados. Para ser mais exato, a máquina executaria 1121 qubits. Dessa forma, a tecnologia desenvolverá computadores capazes de superar os supercomputadores existentes atualmente.

A meta que supera supercomputadores

Essa foi uma meta definida pela empresa de forma bem audaciosa, já que o maior computador quântico da IBM atualmente executa apenas 65 qubits. Qubits são equivalentes aos bits nos computadores comuns, porém possuem natureza quântica. Podem ser definidos não apenas como 1 ou 0, mas como todo um estado de superposição. E essa única propriedade tem o potencial de revolucionar a tecnologia da computação.

VEJA MAIS: Um futuro da computação quântica é improvável, devido a erros aleatórios de hardware

A empresa planeja criar uma máquina de 127 qubit até 2021, em seguida uma de 433 qubit em 2022 até alcançar os 1000 qubits em 2023; a máquina será então chamada de IBM Quantum Condor. Além disso, a empresa vislumbra o projeto de um computador com 1 milhão de qubits no futuro.

“Pensamos no Condor como um marco para aumentar a capacidade e a escala de nossos dispositivos, (…) o suficiente para explorar potenciais vantagens quânticas. Podemos resolver alguns problemas de forma mais eficiente em um computador quântico do que nos melhores supercomputadores do mundo hoje”, disse Jay Gambetta, vice-presidente da IBM Quantum.

computador quântico IBMPrimeiro computador quântico com 1000 qubit

Um computador quântico é uma máquina que faz cálculos utilizando propriedades da mecânica quântica; o principal ganho desses computadores em relação aos computadores comuns é a capacidade de resolver problemas de forma muito rápida. Alguns cálculos levariam tempo totalmente inviável usando máquinas comuns.

Os computadores quânticos de hoje são extremamente sensíveis, e exigem configurações muito delicadas, sendo facilmente desviados de curso devido a qualquer interferência atmosférica ou ruído. Mas isso não é o ideal ao processar números em nível quântico.

A IBM, ao se comprometer com essa meta, espera que outras empresas da mesma área saibam o que esperar nos próximos anos. O diferencial do novo computador, além da grande velocidade, seria a maior precisão para cálculos e a redução de impactos relativos a interferências. O progresso nessa área da tecnologia tem acontecido de forma bem rápida, com avanço anual constante.

Apesar de que, para aproveitar todo potencial da computação quântica, seria necessário mais de um milhão de qubits, alcançou-se vários feitos: desde o teletransporte quântico entre chips até a simulação de reações químicas.

Atualmente, computadores quânticos com cerca de apenas 10 qubits são mais comuns, devido à complexidade da computação quântica. Fazer os qubits funcionarem bem juntos é muito difícil. Aprimorar essas máquinas é, portanto, um grande desafio.

Compartilhar