IA é oficialmente melhor que humanos em diagnosticar câncer de mama

Milena Elísios
(BluePlanetEarth / Getty Images)

O câncer de mama é a principal causa de morte relacionada ao câncer entre as mulheres. Também é difícil de diagnosticar. Quase 1 em cada 10 cânceres é diagnosticado erroneamente como não canceroso, o que significa que um paciente pode perder tempo crítico de tratamento. Por outro lado, quanto mais mamografias uma mulher tiver, mais provável será que ela veja um resultado falso positivo.

No ano passado publicamos sobre um programa de computador pode identificar o câncer de mama a partir de exames de rotina com maior precisão do que os especialistas humanos. Agora, em testes clínicos a IA pode provar seu grau de eficácia.

Após os 50 anos, o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama aumentam muito – em 80% dos casos, as pacientes possuem 50 anos ou mais. Na Grã-Bretanha, as mulheres com mais de 50 anos são incentivadas a fazerem o exame de mama a cada três anos, dois médicos analisam o exame.

Acontece que, interpretar as varreduras costuma deixar margem para erro, e uma pequena porcentagem de todas as mamografias retornam um falso positivo – diagnosticando um paciente saudável como tendo câncer – ou falso negativo – perdendo tempo de tratamento à medida que a doença se espalha. Agora, um grupo de pesquisadores do Google Health e do Imperial College London, treinou um modelo de inteligência artificial para detectar câncer em exames de mama de milhares de mulheres na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.

As imagens já haviam sido revisadas por especialista humanos, mas, diferentemente do cenário clínico, a máquina não tinha histórico de pacientes para informar seus diagnósticos. A equipe descobriu que seu modelo de IA poderia prever o câncer de mama nas varreduras com um nível de precisão semelhante aos especialistas em radiologia.

Além disso, a IA mostrou uma redução na proporção de casos em que o câncer foi identificado incorretamente – 5,7% nos EUA e 1,2% na Grã-Bretanha, respectivamente. Também reduziu a porcentagem de diagnósticos perdidos em 9,4% entre pacientes nos EUA e em 2,7% na Grã-Bretanha.

O algoritmo superou seis radiologistas na leitura de mamografias e ainda era tão boa quanto dois médicos trabalhando juntos. Com a diferença de que, contrário dos humanos, a IA é incansável.

Embora ainda sejam necessárias mais pesquisas, espera-se que a tecnologia possa um dia atuar como uma “segunda opinião” para o diagnóstico do câncer.

O estudo foi publicado na revista Nature, clique aqui para acessá-lo.

FONTE / BBC

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