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História

Humanos fabricavam flechas venenosas há mais de 70.000 anos, conclui estudo

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Não é segredo para ninguém que a caça é uma atividade praticada desde os tempos mais antigos. A prática onde os humanos fabricavam flechas venenosas é algo que foi despertado e criado, para que pudessem sobreviver e ter alimento diariamente.

Apesar de vivermos em outros tempos, ainda existem muitas comunidades indígenas que fazem uso de tais métodos para obter seu alimento. Isto é algo intrínseco e que perdura de muitas gerações.

A África do Sul e as flechas contendo veneno

No extremo sul do continente africano, existe uma comunidade conhecida como Kalahari San. Quem olha de relance para as flechas que eles utilizam, vai enxergar somente a delicadeza presente nas pontas feitas com ossos ou madeira. Porém, elas foram banhadas com um líquido venenoso retirado das larvas de um pequeno besouro conhecido cientificamente por Diamphidia nigroonata.

Apesar do tamanho, essa larva produz um veneno tão forte, que é considerado o mais poderoso de todo o reino animal, uma vez que sua principal constituição, é com a substância conhecida como diafotoxina. Uma flecha contendo um pouco desse veneno, seria capaz de matar até mesmo uma girafa! Alguns historiadores acreditavam que essa prática de utilização do veneno advinha de cerca de 24.000 anos atrás.

Pinturas feita pelos Kalahari's em sua caverna
Pinturas feita pelos Kalahari’s em sua caverna. Fonte: Siyabona Africa

Quando os homens das cavernas, que viviam na África do Sul, faziam o uso de ricina, uma substância bastante tóxica, em pedaços de madeira para poderem caçar a sua refeição no meio da floresta. Entretanto, por meio dessa nova pesquisa publicada, os arqueólogos levantam hipóteses onde os humanos fabricavam flechas venenosas há mais de 72.000 anos.

Essa nova descoberta foi realizada pela arqueóloga Marlize Lombard, da Universidade de Joanesburgo, na África do Sul. Em seu estudo, ela examinou flechas feitas com pontas de osso com veneno e sem veneno, totalizando em 128, o seu número de amostras envenenadas. No momento em que eram lançadas, as flechas com veneno não precisavam perfurar profundamente a presa, bastava encontrar com suas veias, para terem acesso aos vasos sanguíneos. Já as sem veneno, essas precisavam ser lançadas de fora certeira, para matar ou incapacitar.

Humanos fabricam flechas venenosas há mais de 72.000 anos

Ao todo, Lombard examinou 306 flechas fabricadas com pontas de ossos datados da Idade da Pedra tardia. Dentre elas, 6 flechas foram datadas de 72.000-80.000 anos atrás, pertencentes a Caverna de Blombos na África do Sul. E 3 ainda tinham a presença do veneno. Elas são as mais antigas flechas envenenadas do mundo.

O tamanho da ponta ou da flecha em si pode sofrer variações conforme a tribo que faz a sua utilização. Assim, quando os humanos fabricavam flechas envenenadas, eles buscavam confeccionar as que lhes trariam uma maior chance de conseguir atingir a sua presa de forma certeira. Atualmente, alguns venenos ainda são usados, sejam eles de plantas, sapos ou lagartos venenosos.

Segundo Lombard, “ao lidar com o passado humano, os números por si só raramente podem revelar as nuances necessárias para uma compreensão profunda dos tecno-comportamentos – para isso, uma medida de avaliação e interpretação qualitativa é necessária”. Durante uma busca feita na Foz do Rio Klasies, na África do Sul, os pesquisadores encontraram ossos que que estão datados de 60.000 anos atrás. E que podem conter resquícios de veneno, mas isso ainda é uma hipótese levantada, a confirmação só será divulgada posteriormente.

Assim, se todo o estudo e as hipóteses levantadas pela autora estiverem corretas, a técnica onde os humanos fabricam flechas venenosas é algo que perdura até os dias de hoje. Além de ter sido uma fonte de inspiração para filmes de ficção e armas mais elaboradas que surgiram ao longo dos anos.

O estudo foi publicado no Journal of Archaeological Science: Reports. Com informações da Scient Alert.

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História

Cemitério da era romana na Inglaterra revela raro enterro em gesso

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Arqueólogos em Cambridgeshire, na Inglaterra, descobriram um cemitério da era romana com um método de sepultamento incomum que intrigou especialistas. No centro do local encontra-se um caixão de pedra envolto em gesso líquido, uma prática conhecida dos tempos romanos, mas raramente encontrada na Inglaterra rural.

Técnica única de sepultamento

O gesso foi derramado sobre o falecido, criando um molde rígido que às vezes preserva materiais orgânicos como roupas. Embora os fragmentos de gesso desta sepultura estejam incompletos, eles mantêm impressões da mortalha do indivíduo e um pequeno pedaço de tecido. Este método é predominantemente documentado em centros urbanos romanos, como York, que possui 45 sepultamentos similares em gesso. Descobrir um em uma área rural como Cambridgeshire é incomum.

Jessica Lowther, arqueóloga comunitária da Headland Archaeology, explicou: “Acreditamos que este teria sido um empreendimento caro e, portanto, indica um indivíduo de alto status.” O gesso utilizado foi meticulosamente esculpido e obtido de uma pedreira a aproximadamente 30 milhas de distância, indicando custo significativo tanto na compra quanto no transporte. A localização central da sepultura dentro do cemitério sugere ainda que o indivíduo tinha status de elite ou pertencia a uma família proeminente.

Diversas práticas funerárias descobertas

Durante a escavação, os arqueólogos identificaram 14 sepulturas ao redor do sepultamento central em gesso e mais sete além de uma vala limítrofe. O cemitério apresentava uma variedade de tipos de sepultamento, incluindo sepulturas cistas revestidas com pedras longas, cremações, sepultamentos com decapitação e aqueles com pregos de ferro que sugerem caixões de madeira. Uma sepultura vazia também foi descoberta, aumentando a complexidade do local.

Importantes objetos funerários, como joias, foram encontrados em sepulturas dentro e fora da vala limítrofe. Uma sepultura notável pertencia a uma jovem, com idade entre 16 e 20 anos, que foi enterrada com uma substancial coleção de itens aos seus pés. Estes incluíam brincos de prata, múltiplas pulseiras e anéis de liga de cobre, e uma faixa de prata e placa oval que acredita-se serem partes de um anel de sinete. Lowther sugeriu: “Uma teoria sobre por que ela foi enterrada com este conjunto aos pés em vez de usá-lo é que poderia ter sido destinado ao seu dote.”

Outro local de sepultamento continha os restos mortais de uma criança, adornada com dez pulseiras de liga de cobre, quatro pulseiras de osso, um pente de osso e um par de brincos de prata semelhantes aos encontrados com a jovem mulher. Embora as semelhanças nas joias sejam marcantes, Lowther observou que elas podem refletir o estilo distintivo de um artesão local em vez de uma conexão familiar.

Implicações e estudos futuros

A descoberta deste cemitério ocorreu antes dos trabalhos de expansão de uma rodovia em Cambridgeshire. Datando do período romano na Grã-Bretanha (42 a 410 d.C.), o local oferece valiosos insights sobre os costumes funerários e estruturas sociais da época. Embora nenhum objeto funerário tenha sido encontrado dentro do caixão envolto em gesso, um recipiente de vidro próximo sugere a possibilidade de uma cerimônia de libação, ou brinde, para o falecido.

Especialistas planejam estudar mais detalhadamente os restos mortais para abordar questões sobre a duração do cemitério, seu papel na paisagem circundante e as histórias pessoais dos enterrados ali. “Esperamos desvendar as questões sobre a longevidade do cemitério e como ele se encaixa na paisagem circundante, além de lançar alguma luz sobre as histórias individuais daqueles enterrados aqui”, afirmou Lowther.

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História

Manuscrito 512: documento misterioso revela uma cidade perdida no Brasil

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Antes de ficar famoso pela série de livros “Sherlock Holmes”, Sir Arthur Conan Doyle escreveu um romance bastante atípico para o seu gênero: “O Mundo Perdido”. O livro relata uma sociedade perdida escondida no interior da floresta amazônica. Contudo, esse tipo de narrativa surgiu por um documento histórico e bastante estranho do nosso país, o Manuscrito 512.

Ainda no século XIX, o Manuscrito 512 apareceu na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e conta a história de um grupo de bandeirantes, liderado por Francisco Raposo, descobre uma civilização escondida no interior do Brasil.

De acordo com o livro, Raposo encontrara uma cidade há muito abandonada com características das cidades Greco-Romanas, com grandes palácios e pátios. Além do mais, atrás de uma cachoeira escondida os exploradores supostamente encontraram minas de ouro que pareciam ter sido exploradas séculos atrás.

Pesquisadores e especialistas acreditam que o documento histórico é provavelmente uma peça fictícia, uma vez que é o único relato conhecido de tal cidade. Além do mais, historiadores acreditam que a história tenha sido motivada pela história de Muribeca.

Este último foi o filho do único sobrevivente de um naufrágio na costa da Bahia com uma indígena que descobriu minas de ouro e prata no Brasil. Contudo, após desavenças com a coroa portuguesa, Muribeca acabou preso e levou o segredo da localização das minas para sua cova.

Uma febre de expedições causadas por esse documento histórico

Como dá para imaginar, a imagem de civilizações perdidas e minas de ouro atraiu, mais uma vez, a atenção da Europa para o Brasil. Assim, na segunda metade do século XIX, exploradores e aventureiros de todas as partes do mundo passaram a visitar o Brasil em busca de tesouros perdidos.

Dois deles, inclusive, ficaram bastante famosos. Primeiramente, o inglês Sir Richard F. Burton, que inclusive publicou o livro “Highlands of the Brazil” em 1869. Em segundo lugar, o coronel Percy Harrison Fawcett, também inglês. Este último, inclusive, desapareceu durante uma de suas expedições à Amazônia.

Outras expedições posteriores ainda buscaram encontrar o coronel Fawcett, todas sem sucesso. Até hoje não se sabe o que aconteceu.

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História

A surpreendente civilização antiga que mumificava seus mortos 2 mil anos antes dos egípcios

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Quando falamos sobre mumificação, com certeza lembramos dos egípcios. Entretanto, há uma civilização antiga que mumificava os mortos 2 mil anos antes deles. “As mais antigas evidências arqueológicas conhecidas de mumificação artificial de corpos”, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Essa região foi habitada por uma sociedade de caçadores-coletores que considerava os mortos relevantes, em um passado muito distante há 7 mil anos. No final de Julho de 2021, a Unesco reconheceu o valor, incluindo as múmias e toda a área na Lista do Patrimônio Mundial. Esse povoado tem o nome de ‘chinchorro’.

A sociedade que mumificava os mortos habitava a região de Ilo, no Peru, e Antofagasta, no Chile. Mesmo sendo um terreno muito árido, o território criava um fenômeno chamado ressurgência no oceano, por conta dos efeitos da corrente fria de Humboldt.

Com isso, os chinchorro exploravam os recursos marinhos e desenvolveram muitas ferramentas para facilitar a pesca local, como um anzol feito de espinhos de cactos. De acordo com a Unesco, as “ferramentas eram feitas de materiais de origem mineral e vegetal, bem como instrumentos simples feitos de ossos e conchas”.

Sobre a sociedade que mumificava os mortos antes dos egípcios, o Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana também se manifestou. “A partir de tumores encontrados nas orelhas das múmias da época, sabe-se que mergulhavam em grande profundidade”, revelaram pesquisadores envolvidos nas análises.

A habilidade para pesca que os chinchorro adquiriram, fez com que eles construíssem assentamentos semipermanentes na foz dos rios que cercavam toda a área. Ainda há poucas informações sobre como se organizavam, mas alguns desconfiam que ao menos trinta pessoas aparentemente tinham laços de parentesco.

Como a sociedade dos chinchorro mumificava os mortos

De acordo com as notícias da Universidade de Tarapacá, no Chile, o processo de mumificação consistia “na extração dos órgãos e vísceras dos mortos por meio de incisões e na sua substituição por vegetais, penas, pedaços de couro, lã e outros materiais’.

Além disso, os chinchorro também removiam o couro cabeludo, a pele do rosto e o cérebro. Após todo o processo, preenchiam o cérebro com pelos de animais, cinzas, argila e terra, mas a maneira em que a sociedade mumificava os mortos não para por aí.

Por fim, modelava-se o rosto e colocavam sobre ele uma peruca feita com cabelos humanos. O corpo era revestido por uma roupa de tecido vegetal e coberto por uma espessa camada de argila. “A cultura chinchorro, contudo, considerava suas múmias como parte do mundo dos vivos, o que explica por que deixavam os olhos e a boca abertos e usavam macas, feitas de fibra vegetal ou pele de animal, para transportá-las”, destaca a Universidade de Tarapacá.

Cerca de 120 múmias estão no acervo do Museu Arqueológico de San Miguel de Azapa, no Chile.

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