20 Guerreiros de Terracota descobertos na tumba do primeiro imperador da China

Dominic Albuquerque


20 novos Guerreiros de Terracota foram encontrados por arqueólogos na tumba do primeiro imperador da China, Qin Shi Huang (259-210 AEC), em Xiam, capital da província de Xiamxim. Segundo a reportagem do China Global Television Network, as esculturas foram descobertas do lado de fora da tumba secreta do imperador, e permanecem bem conservadas.

As esculturas estavam na escavação n°1, que contém principalmente infantaria e carruagens. Alguns dos guerreiros de terracota e generais podem ser identificados por seus elmos característicos e elaborados.

A foto dos soldados recém-escavados publicadas pelo canal televisivo exibem somente infantaria, aparentemente, mas pelo menos um dos novos soldados é um general, reportou a CGTN. A emissora também afirmou que os especialistas do Museu do Mausoléu do Imperador Qin Shi Huang pretendem restaurar os guerreiros, que parecem estar em pedaços.

De acordo com o website do museu, é comum que as esculturas sejam encontradas dessa maneira, sendo restauradas posteriormente.

As características únicas dos Guerreiros de Terracota

Na busca pela imortalidade, o imperador Qin Shi Huang, que unificou a China na antiguidade, construiu para si mesmo uma vasta cidade subterrânea que lhe funcionaria como tumba, constituída por guerreiros, infantaria, cavalos, carruagens e toda a sua composição de armaduras e armamentos.

Feita há 2.200 anos, o objetivo da construção de uma multidão feita com guerreiros de terracota era para que o imperador tivesse proteção no pós-vida, ainda que os textos históricos da China não discutam especificamente os motivos para a criação das esculturas.

Guerreiros de Terracota
Cerca de 1.900 guerreiros estão presentes na escultura.

Qin Shi Huang, que ascendeu ao trono do estado de Qin logo aos 13 anos, também foi responsável por criar a Grande Muralha da China, e seus feitos o consolidaram como uma figura que seria reconhecida na posterioridade.

Durante o seu reinado, ele introduziu o uso padronizado da moeda, escrita e medições. Também conectou cidades e estados com sistemas avançados de estradas e canais, aprimorando a locomoção dos habitantes. Na construção dos Guerreiros de Terracota, os pesquisadores estimam que 700.000 trabalhadores precisaram de dentre 30 a 40 anos para finalizá-la.

Quando se olha para o exército de uma certa distância, pode-se acreditar que todos os guerreiros são iguais – isso facilitaria a construção das esculturas, afinal. Contudo, uma observação atenta logo revela que cada figura foi criada de maneira específica e precisa; os guerreiros possuem um caráter individual, com diferentes túnicas, feições e estilos de cabelo.

Cerca de 1.900 soldados de infantaria na escavação são acompanhados por 22 carruagens puxadas por quatro cavalos. A caracterização é tão elaborada que é possível distinguir os rankings dos soldados e seus diferentes papeis no exército, como arqueiros, cocheiros e guerreiros.

São imagens bem feitas e um tanto misteriosas, que causam a sensação de que se está olhando, de fato, para uma pessoa que viveu há milênios de anos.

Alguns dos historiadores mais antigos que escreveram sobre os Guerreiros de Terracota os descrevem como retratos do exército do Primeiro Imperador da China. Réplicas de soldados que realmente existiram, e que Qin Shi Huang levou para sua tumba.

Os Guerreiros de Terracota foram descobertos em 1974, acidentalmente, por fazendeiros que estavam escavando para a construção de um poço. A investigação arqueológica logo revelou quatro grandes câmaras subterrâneas, três das quais continham pedaços de soldados feitos de terracota.

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