Glóbulos vermelhos criados em laboratório se mostram superiores

Erik Behenck
RBC, carca de sílica e camada de polímero, da esquerda para a direita. Foto: Guo et al., ACS Nano

O avanço da tecnologia tem permitido o desenvolvimento de maravilhosas ferramentas artificiais. Assim, membros proteicos e órgãos desenvolvidos por pesquisadores vem superando seus limites. Agora, glóbulos vermelhos criados em laboratório parecem ultrapassar as barreiras que a natureza proporciona.

Os pesquisadores estão buscando maneiras de fazer com que as células sanguíneas sejam utilizadas para acabar com problemas de dentro para fora. Contudo, os estudos ainda estão em fase inicial, mas se mostram interessantes e positivos.

Os glóbulos vermelhos criados em laboratório

Uma equipe internacional de bioengenheiros desenvolveu o que poderia ser um eritrócito Terminator, combinando o que já está em nossas veias. Para isso, combinaram material biológico com polímeros desenvolvidos em laboratório.

A nova tecnologia pode penetrar no sistema vascular, sendo capaz até de combater tumores, transportar biossensores e ser rastreado com pequenos imãs, dando uma orientação remota. O glóbulo vermelho é uma das poucas células que não tem núcleo, é relativamente simples, por isso atrai tanto os pesquisadores.

Outro detalhe que chama atenção é a necessidade da dependência de grandes quantidades de produtos limpos e doados, para substituir o sangue perdido em algum trauma. Por isso, existem diversos laboratórios estudando o desenvolvimento de glóbulos vermelhos sintéticos, alguns deles com a eliminação da hemoglobina.

Um pouco mais sobre as pesquisas

Algumas destas pesquisas realmente são arrojadas, até com partículas sonoras que podem transportar espécies tóxicas de oxigênio por meio do sistema vascular, para acabar com tecidos cancerígenos.

“Inspirados nos estudos pioneiros acima, nos quais foram criadas construções sintéticas que atingiram um ou vários recursos-chave dos RBCs nativos, nos esforçamos para criar uma imitação modular de RBC reconstruída (RRBC) que possuísse os recursos combinados completos dos RBCs nativos”, escrevem os pesquisadores no relatório.

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Glóbulos vermelhos criados em laboratório realmente mostram que o futuro já chegou. Dessa maneira, para atingir os objetivos, começaram revestindo as células sanguínea em uma camada de sílica, pintada com polímeros de cargas diferentes.

Com a remoção da sílica e das tripas das células, a membrana polimérica restante pode ser coberta por uma espécie de pele feita com glóbulos vermelhos. Dessa maneira, foi desenvolvido um invólucro bicôncavo que poderia receber qualquer maquinaria bioquímica enviada pelo coração.

Um bom passo para o futuro

Diversos testes foram realizados, usando equipamentos de laboratório e animais, mostrando que as células do sangue biônico cumpriam as expectativas. Assim, as amostras foram injetadas em camundongos e quatro semanas depois, não havia sinais adversos.

Os pesquisadores sabem que ainda existe um longo caminho pela frente a ser percorrido. Mas, os glóbulos vermelhos criados em laboratório já parecem ser um princípio para o desenvolvimento de terapias baseadas em células artificiais.

Os bioengenheiros se mostram entusiasmados com a possibilidade de transformarem células do nosso corpo em robôs assassinos, que poderão atacar infecções. Ainda assim, vai levar algum tempo para que isso possa ser testado com segurança.

Para isso, serão necessários testes, que podem identificar o que essas cargas podem causar em humanos. Mas, não custa sonhar.

FONTE / ACS Nano.

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