A história perturbadora por trás do Flautista de Hamelin

Erik Behenck
Uma das representações temáticas mais obsscuras do Flautista de Hamelin. Imagem: Lui-Gon-Jinn

Desde suas misteriosas origens até suas modernas interpretações, a história do Flautista de Hamelin continua a fascinar pessoas em todo o mundo, mas principalmente na Europa. Enquanto muitos conhecem a história como um conto de fadas encantador, poucos sabem que a história realmente tem suas raízes em eventos reais.

Depois de vários séculos de revisões, a história acabou se transformando num conto de fadas para assustar as crianças.

Conheça a história do Flautista de Hamelin

A história se passa durante o ano de 1284, quando apareceu em Hamelin, uma cidade assolada por ratos na Alemanha, um misterioso flautista com um casaco chamativo. O estranho ofereceu seus serviços dizendo que livraria a cidade de seu problema com os roedores.

O povo da cidade concordou em contratá-lo. Sua ferramenta de trabalho? Uma flauta. O flautista utilizou sua música para levar os animais embora. Mas, as pessoas lhe negaram o pagamento da recompensa prometida, deixando o homem furioso, fazendo-o sair jurando vingança.

No dia 26 de junho daquele ano, o flautista retornou e dessa vez levou filhos dos moradores, assim como havia feito anteriormente com os ratos. Entretanto, uma ou três crianças, de acordo com as diferentes versões, foram deixadas para trás. Uma era surda e não ouvia a música, outra era cega e não via para onde eles iam e a outra era manca e não conseguia acompanhar.

Flautista de Harmelin Ilustração
Imagem: Mary Evans Picture Library

O registro histórico mais antigo desse conto é do ano 1300. O registro foi retratado em um vitral de uma igreja daquela cidade. Mas, acabou sendo destruído em 1660, sobrando apenas relatos escritos. Desse modo, o mais antigo deles é o manuscrito de Lueneburg, do século 15, que diz:

“No ano de 1284, no dia dos santos João e Paulo, em 26 de junho, por um flautista, vestido em muitos tipos de cores, 130 crianças nascidas em Hamelin foram seduzidas e perdidas no local de execução perto de Koppen”.

Atualmente a rua onde as crianças teriam sido vistas pela última vez é chamada Bungelosenstrasse (rua sem barulho). Ela leva esse nome por que é proibido tocar música ou dançar nessa via.

Além disso, existem relatos de que os ratos não estavam na história original e foram acrescentados no século 16. O vitral seria uma comprovação, já que não falava sobre a praga.

Representação do flautista de Hamelin
Esta é a imagem mais antiga conhecida do Flautista, copiada da janela de vidro da Igreja do Mercado em Hamelin, na Alemanha. Imagem: Wikimedia

Causa para o desaparecimento das crianças

Existem diversas hipóteses que tentam explicar o desaparecimento das crianças de Hamelin. Uma delas conta que foram a óbito devido a causas naturais e que o flautista seria a personificação da morte. Associando os ratos à Peste Negra, sugere-se que tenham morrido vítimas dessa praga.

Entretanto, a Peste Negra teve seu auge durante 1348 e 1350 na Europa, ou seja, mais de meio século após o evento de Hamelin. Outra teoria diz que as crianças foram mandadas embora de casa por seus pais, que viviam em situação de extrema pobreza.

Uma das teoria mais sombrias indica que o Flautista de Hamelin era, na verdade, um pedófilo que invadiu a cidade visando sequestrar as crianças enquanto dormiam.

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