A primeira imagem de uma larva de peixe-sol é simplesmente adorável

Ruth Rodrigues
(Imagem: Australian Museum)

Com uma parceria entre cientistas da Austrália e Nova Zelândia, as fases iniciais da larva gigante de peixe-sol foi descoberta, proporcionando ainda mais curiosidades a respeito dessa espécie. Um dos maiores peixes que vivem no oceano, conhecido cientificamente como Mola alexandrini, mas chamado popularmente de peixe-sol ou cabeça-de-galo.

Esse apelido surgiu devido ao formato de seu corpo, principalmente, porque se assemelha com raios de sol, em seu estágio de vida mais inicial. Apesar do tamanho, são peixes inofensíveis para os nadadores. Entretanto, o cenário se modifica um pouco quando encontram em seu caminho, barcos de pesca ou qualquer outra embarcação.

Como foi a busca pela larva gigante de peixe-sol?

Por o animal ter um tamanho que pode chegar à 3 metros de comprimento e pesar em torno de 2 mil quilos, os cientistas jamais imaginariam que sua larva pudesse ser tão minúscula e fofa. Quando uma pesquisa envolve animais específicos, o ideal é que seja liderada por um cientista especialista, pois, somente com estudos profundos, é possível estar preparado para os imprevistos que tendem a acontecer.

Um peixe- sol curto (Mola ramsay)
Um peixe-sol curto (Mola ramsayi), coletado em Darling Harbour, Sydney Harbour, 12 de dezembro de 1882. (Fonte: Henry Barnes Snr / Museu Australiano. Domínio Público.)

A doutora especialista em peixe-sol, Marianne Nyegaard, decidiu ampliar seus objetos de estudo quando deu preferência a analisar espécimes presentes nos grandes museus, ao invés de ir para alto mar em busca de algo que pode ser nunca encontrado devido ao seu tamanho inicial.

Além de uma especialista, foi integrado a equipe, pesquisadores membros do Museu Australiano, Kerryn Parkinson e Andrew King. No entanto, a larva gigante de peixe-sol era uma incógnita para a comunidade científica, então, para fazer uma análise com precisão, precisavam ter uma vasta disponibilidade de tempo.

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O grande contratempo foi devido a sua forma, tendo em vista que a fase inicial e seu corpo adulto não há quem diga que são a mesma espécie de animal.

A importância científica dessa descoberta

Por possuírem esse tamanho e serem taxados como uma das maiores espécies de peixe ósseos do planeta. Possuem um formato que os tornam únicos, mesmo habitando quase todas as regiões oceânicas, tropicais e temperadas, da Terra.

Peixe-sol ou Cabeça de galo (Mola alexandrini)
Um gigante Mola alexandrini no parque subaquático Hasana

Desde quando a espécie Mola alexandrini foi identificada pela primeira vez, trouxe confusões para o meio científico. Isto é, o gênero Mola possui mais 4 espécies, que se assemelham muito com o peixe-larva. Por esse motivo, a descoberta do estágio inicial pode servir como base para entender como funciona o ciclo de vida da espécie.

O exemplar encontrado media cerca de 5 milímetros, o que gerou um enorme desafio para ser analisado. Sabendo que as fêmeas adultas dessa espécie é a recordista em fecundação, chegando a produzir 300 milhões de óvulos, é um fato que deixou os cientistas, ao longo dos anos, intrigados.

Pois, devida a alta taxa de ovulação, ainda não se tem registro de terem sido encontrados exemplares de ovos no meio do oceano. Acredita-se que, posteriormente, com os avanços tecnológicos, as análises para exemplares com esse tamanho se tornem mais fáceis. Uma vez que, a que foi encontrada, acabou sofrendo alguns danos.

De acordo com Kerryn, “a sequência de DNA da espécime existente no Museu Australiano, foi comparada com dados de referência gerados por nossos colaboradores internacionais”. Durante a análise, Parkinson foi o responsável por fazer a retirada de um dos globos oculares. Enquanto King, usou seus conhecimentos em genética molecular para extrair e analisar o DNA da larva gigante de peixe-sol.

Mola alexandrini é visto na superfície da praia por mergulhador.

Com informações de IFLScience e Museu Australiano.

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