Em um novo estudo publicado na revista Proceedings da Royal Society B. cientistas analisaram um fragmento de osso encontrado em uma caverna no Alasca. A equipe de pesquisa esperava que a amostra pertencesse a alguma espécie de urso que habitou a região, mas uma análise de DNA revelou algo muito mais surpreendente: a lasca de osso pertenceu a um cão, possivelmente o cão domesticado mais antigo das Américas.
Há cerca de 23.000 anos atrás humanos e lobos cinzentos que viviam na Sibéria foram cercados por geleiras invasoras da última Era do Gelo. Ninguém sabe ao certo como as duas espécies começaram seu relacionamento. Existe a hipótese principal de que os lobos mais amigáveis se acostumaram com as pessoas que lhes davam restos ou que os deixavam vasculhar pilhas de lixo.
O pequeno fragmento de fêmur PP-00128 é bem mais antigo que os outros restos de cães já encontrados na região, sendo datado de 10.150 anos.
O PP-00128 pertence a um grupo anterior de cães ligados à Sibéria, e sua localização é especialmente importante. O fragmento de osso foi descoberto em uma caverna próxima a outro sítio arqueológico contendo restos humanos de idade semelhante ao longo da costa do Alasca.
Há muito os arqueólogos e antropólogos debatem sobre quando e como as pessoas viajaram da Eurásia através da Ponte de Bering para as Américas.
A hipótese predominante mais aceita era a de que os grupos migrantes aproveitaram-se das camadas de gelo recuando como uma ponte entre os continentes, passando pelo meio do que é hoje o Alasca antes de se aventurarem mais ao sul.
A descoberta de um cão domesticado ao longo do Blake Channel, no Alasca, se junta a um crescente corpo de evidências de que as pessoas viajavam entre os continentes movendo-se ao longo da costa, talvez usando as primeiras embarcações para se mover através dos trechos mais úmidos.