Elon Musk ajuda Ucrânia com internet da Starlink

Dominic Albuquerque

A invasão da Rússia à Ucrânia impacta a vida de milhões de pessoas no continente europeu. Os governos de países pertencentes à União Europeia e além têm tomado decisões, em sua maioria, a favor do país invadido. Elon Musk, o CEO da SpaceX, também resolveu ajudar após pressão do vice Primeiro-Ministro da Ucrânia, que falou com ele pelo Twitter.

Uma das características da guerra atual é o uso das redes sociais para comunicar o que está ocorrendo em campo, algo que possibilita o presidente Volodymyr Zelensky, por exemplo, de mostrar em tempo real os acontecimentos em seu país.

A importância da comunicação e circulação de informação são vitais para as forças ucranianas, civis e militares, assim como para que os países no resto do mundo tenham conhecimento de como o conflito está se desenvolvendo.

O contato com Elon Musk

Foi no sábado (26) que o vice Primeiro-Ministro da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, mencionou o empreendedor em sua conta do Twitter:

“@ElonMusk, enquanto você tenta colonizar Marte – a Rússia está tentando ocupar a Ucrânia! Enquanto seus foguetes aterrissam com sucesso do espaço – foguetes russos atacam civis ucranianos! Pedimos que você provenha a Ucrânia com estações da Starlink e que se dirija a russos sãos para que se ergam”, dizia o tweet.

No mesmo dia, Musk respondeu:

“O serviço da Starlink está ativo agora na Ucrânia. Mais terminais a caminho”.

Os serviços de internet, na Ucrânia, tem sofrido “perturbações significativas” na capital, Kyiv, e em boa parte do país devido às operações militares russas e os ataques subsequentes, como reportado pelo Netblocks na quinta-feira (24).

O acesso à internet é crucial, pois as pessoas na Ucrânia precisam dela para reunir os soldados e voluntários resistindo à invasão, assim como para apontar, para os civis, os locais e momentos onde é seguro se mover pelo país.  

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Ilustração artística de como funciona o serviço de internet em órbita provido pela constelação de satélites. (Créditos: Mark Garlick/Science Photo Library)

A Starlink oferece uma conexão de banda-larga de alta velocidade através de uma massiva constelação de satélites em baixa órbita terrestre, desenvolvida para prover cobertura em qualquer local da Terra, com foco em áreas remotas ou com pouco serviço. Os usuários podem acessar a internet usando uma antena parabólica colocada no local ou próximo ao local onde o serviço é necessário.

Cada satélite é capaz, supostamente, de ser acessado por 2080 usuários; é uma ajuda substancial, mas insuficiente para uma nação de 43 milhões. Além disso, para se conectar à Starlink, é necessário um terminal baseado na superfície.

Presume-se que a Ucrânia possua alguns, mas não a nível nacional. Musk prometeu “mais terminais a caminho”, mas entregá-los e operá-los numa zona de guerra pode ser desafiador. E por mais que o serviço sob boas circunstâncias seja excelente, alguns usuários da Starlink já reportaram interferência de árvores e prédios vizinhos. Chuva e vento também podem afetar o desempenho.

Recentemente, Musk e a SpaceX enviaram 50 terminais para a nação-ilha de Tonga, no oceano pacífico, para prover internet gratuita, em busca de ajudar a reconectar vilas remotas depois de uma erupção vulcânica de grandes proporções e um tsunami ocorrido em janeiro, segundo a Reuters. Os terminais vão ajudar a restaurar a comunicação com algumas das regiões gravemente atingidas pelo desastre natural

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