Desmatamento zero é uma das promessas de Lula na preservação da Amazônia

Daniela Marinho
Imagem: Canva

A destruição de áreas da Amazônia é devidamente expressa em dados do Projeto Prodes, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o qual é vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. O monitoramento é feito desde 1988 e serve como base para a elaboração de políticas públicas com vistas à preservação ambiental.

Nesse contexto, a área desmatada na Amazônia nos últimos anos de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – 2010 – foi de 7 mil quilômetros quadrados. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), os índices de desmatamento só aumentaram: em 2021 foram 13 mil km² de floresta destruída. Isso significa que a taxa de desmatamento subiu 73% apenas nos três primeiros anos da administração do ex-presidente.

Com o sucesso no segundo turno na disputa eleitoral pela presidência, Lula falou sobre políticas ambientais e preservação da Amazônia em seu discurso de vitória. Ainda durante os debates que antecederam as eleições, o tema sobre a floresta foi uma das pautas de destaque, pela primeira vez na história do país.

Lula promete desmatamento zero e preservação da Amazônia

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Lula no discurso da vitória. Imagem: Reuters

Maior floresta tropical do mundo, a Amazônia é responsável pela absorção anual de milhões de toneladas de carbono; sua preservação é de suma importância para a natureza e o meio ambiente como um todo. Desse modo, após quatro anos de inação climática, o cenário tende a mudar positivamente, sobretudo porque Lula promete desenvolver e resgatar em seu governo políticas ambientais que visam frear o desmatamento.

Na ocasião do discurso, no último domingo (30), o presidente eleito disse que o Brasil “está pronto para retomar o protagonismo na luta contra a crise climática”. Lula ainda acrescentou que o seu governo vai “lutar pelo desmatamento zero na Amazônia […] Vamos retomar o monitoramento e a vigilância da Amazônia, e combater toda e qualquer atividade ilegal — seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida. Ao mesmo tempo, vamos promover o desenvolvimento sustentável das comunidades que vivem na região amazônica. Vamos provar mais uma vez que é possível gerar riqueza sem destruir o meio ambiente“.

Governo Bolsonaro e a negligência ambiental

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Desmatamento ilegal na Amazônia. Imagem: Canva

O futuro presidente do Brasil certamente irá enfrentar diversos desafios provenientes de um governo negligente e inativo diante das questões ambientais. Lula vai assumir a Presidência num momento crítico em que as taxas de desmatamento da Amazônia está em ascensão.

Durante o governo Bolsonaro, os cortes e a queda nos investimentos em institutos de monitoramento e fiscalização ambiental foram incontáveis. Em agosto, o Instituto Socioambiental (ISA) publicou um relatório que foi divulgado pelo InfoAmazônia, no qual há dados que comprovam a redução nos órgãos ambientais. O documento mostra que as despesas com a gestão ambiental foi reduzida de R$ 6 bilhões em 2018 para 3,7 bilhões em 2021.

Além disso, o documento do ISA indica que entre 2019 e 2020, 57 atos legislativos “que fragilizaram a política de preservação e conservação ambiental no Brasil foram publicados.

Diplomacia

Mesmo em meio a tantas críticas e obstáculos para preservar uma Amazônia repleta de criminosos e milícias, Lula representa o governo em que houve mais queda no desmatamento da floresta. Segundo o Inpe, ao longo dos dois mandatos do petista (entre 2003 e 2010), a taxa de desmatamento caiu 67%.

Contudo, o governo Lula é referência quanto à diplomacia ambiental, visto que o país consolidou uma posição de destaque nas conferências sobre o clima que aconteceram em diversos países. Foi nesse contexto que surgiu o Fundo Amazônia em 2008 – congelado no governo Bolsonaro – o qual concentra cerca de R$ 1,4 bilhão doados por Noruega e Alemanha para projetos de conservação ambiental.

Quando foi anunciada a vitória de Lula, o governo da Noruega logo se pronunciou afirmando que vai reativar o fundo. Ademais, outros representantes se mostraram interessados em ampliar a discussão e os anseios em melhorar as questões ambientais do globo tendo como o Brasil um forte aliado.

Lula, o futuro presidente que deve começar a governar em janeiro de 2023, disse que o país está aberto “à cooperação internacional para preservar a Amazônia, seja em forma de investimento ou pesquisa científica, mas sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa soberania”.

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