Corpo humano bem preservado encontrado em um naufrágio romano de dois milênios

Felipe Miranda
Navio romano naufragado próximo à Grécia. (Créditos da imagem: Brett Seymour / EUA / WHOI / ARGO).

Pesquisadores encontraram, em um naufrágio de cerca de dois milênios, que teve como causa um violento acidente com um penhasco, um corpo humano relativamente bem preservado.

Em 1900 o naufrágio de dois milênios foi descoberto , por um grupo de mergulhadores gregos que estavam à caminho da Tunísia. Eles, então foram obrigados a se abrigar por ali, por causa de uma tempestade. Resolveram procurar por esponjas marinhas e encontraram o navio.

Desde então, muitas descobertas gregas e romanas foram feitas nos destroços da embarcação, e estão hoje, em sua maioria, no Museu Arqueológico Nacional de Atenas, na Grécia.

No ano de 2016, enquanto os pesquisadores exploravam as ruínas do naufrágio do navio mercante que pertenceu ao Império Romano, logo após da transformação da República em Império, os pesquisadores encontraram um corpo humano bem conservado, pertencente a um dos marinheiros romanos. 

O naufrágio ocorreu no primeiro século a.C, em torno do reinado do famoso imperador Júlio César. Ele foi o político e militar que transformou a República no Império Romano.

O navio, com cerca de 40 metros de comprimento é chamado de Antikythera, por levar o nome da ilha próxima ao naufrágio. É nele que os pesquisadores encontraram a famosa Máquina de Antikythera.

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A Máquina de Antikythera, um computador analógico grego. (Créditos da imagem: Wikimedia Commons).

Além da máquina, eles encontraram, nesses últimos cem anos, cavalos de mármore em escalas reais, moedas, além de obras de arte, pintadas ou esculpidas, como uma estátua de Hércules com mais de dois metros de altura.

O corpo humano no naufrágio de dois milênios

Acredita-se que o acidente que levou ao naufrágio do navio mercante ocorreu após um brutal e violento choque com os penhascos da Ilha de Antikythera, localizada nos mares da Grécia.

“Achamos que foi um evento de destruição muito violento. As pessoas ficaram presas embaixo do convés”, disse o arqueólogo Brendan Foley, co-diretor da equipe, ao jornal britânico Daily Express

Como todos sabemos, um corpo humano é feito de matéria orgânica e, em poucos meses, já está bastante decomposto, até virar pó. Imagine, entretanto, encontrar um corpo humano relativamente conservado em um naufrágio de dois milênios. 

Essa pessoa, entretanto, ficou enterrada sob meio metro de escombros e areia. Isso manteve seu esqueleto, partes do braço, dos fêmures diversas costelas intactos, além do crânio ainda com alguns dentes.

Os detalhes foram o suficiente para que os pesquisadores possam chutar, com um nível de certeza, o gênero da pessoa. Pelo tamanhos dos fêmures o esqueleto foi possivelmente um homem. Eles o apelidaram de Pamphilos

Até o momento, eles ainda não puderam realizar análises de DNA, já que Brendan Foley e sua equipe não são gregos, e o corpo está em águas gregas. Eles aguardam autorização das autoridades locais.

“Com o naufrágio Antikythera, agora podemos nos conectar diretamente com essa pessoa que navegou e morreu a bordo do navio Antikythera”, disse o Dr. Foley ao Daily Express.

Mesmo após 120 anos de escavações, um computador analógico encontrado (a Máquina de Antikythera), um corpo humano, além de muitos outros objetos, restam muitos mistérios e descobertas para se fazer sobre os gregos e os romanos com esse naufrágio.

A equipe de Foley recuperou, também, um objeto vermelho em mármore, que pode ser a tampa de um sarcófago, além de um touro de bronze.

Com informações de Daily Express.

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