Competição internacional premia cacau brasileiro como um dos melhores do mundo

Leandro da Silva Monteiro
Imagem: Getty Images

Quem não gosta de um chocolate? Seja na sobremesa, na bebida ou só para “adoçar a boca” em algum momento do dia. E não haveria como saborear essa maravilha gastronômica se não fosse o cacau, a fruta que lhe serve como a principal matéria-prima. Toneladas de cacau são comercializadas por ano e o Brasil é um dos países que mais o produzem. Mas não é apenas em quantidade que o país se destaca, pois o cacau brasileiro hoje se encontra entre um dos melhores do mundo também.

Na quinta-feira passada (08/02), foi realizada uma competição internacional na cidade de Amsterdã, na Holanda: o Cacao of Excellence. O Brasil não só apenas esteve entre os finalistas como também levou duas medalhas de ouro. O evento é uma iniciativa da Alliance of Bioversity International & Center for Tropical Agriculture (CIAT), uma organização internacional que “visa tornar os sistemas alimentares e agrícolas mais sustentáveis, eficientes e inclusivos, por meio de ciência financiada de forma sustentável, soluções baseadas em pesquisa e geração de conhecimento inclusiva”.

O Cacao of Excellence é um evento mundial e recebe lotes de amêndoas de todos os continentes. Os representantes são subdivididos de acordo com seu respectivo continente, sendo a América dividida entre América Central & Caribe e a América do Sul. Os cacaus que representaram o Brasil no evento vieram das seguintes fazendas: Fazenda São Sebastião (Ilhéus, Bahia), Sítio Bela Vista e Sítio Ascurra (Medicilândia, Pará).

Cacau brasileiro sendo colhido
Cacau brasileiro sendo colhido. Imagem: Pexels

O prêmio é considerado como uma das honras mais prestigiadas do mundo no setor da agricultura. Ele reconhece os produtores de cacau considerados excepcionais pela qualidade superior e diversidade de sabor de seu cacau, de todos os cantos do mundo. O Cacao of Excellence é realizado a cada dois anos desde 2009 e vem estimulando a participação de mais de 50 origens de cacau, o que inclui o cacau brasileiro, além do estabelecimento de Comitês Nacionais de Organização em 45 países diferentes com competições nacionais dedicadas à qualidade do cacau.

Juan Lucas Restrepo, o diretor geral da Alliance of Bioversity International & CIAT, destacou que esses prêmios foram criados para celebrar o trabalho árduo, a experiência e o compromisso dos produtores em elevar a qualidade e a sustentabilidade do cacau. “Este reconhecimento não só homenageia os produtores, mas também sublinha a importância mais ampla do seu papel na definição do futuro do setor do cacau”, acrescentou. Portanto, as principais características analisadas durante o Cacao of Excellence são a qualidade e sabor das amêndoas de cacau e também as boas práticas envolvidas no processo de cultivo, visando sempre a sustentabilidade. 

Vencedores do prêmio Cacao of Excellence que premiou o cacau brasileiro como um dos melhores do mundo
Vencedores da edição de 2023 do Cacao of Excellence. Fonte: Alliance of Bioversity International and CIAT

Ao todo, nesta edição do Cacao of Excellence, analisaram cerca de 222 amostras de amêndoas de cacau do mundo inteiro. As amostras são processadas em licor e em chocolate amargo, seguindo uma receita padrão, e então cada uma é analisada sensorialmente às cegas pelo júri.

Dos vencedores, Luciano Ramos de Lima, produtor de cacau da Fazenda São Sebastião em Ilhéus, e Míriam Federicci Vieira, produtor do Sítio Bela Vista de Medicilândia receberam medalhas de ouro pelo Brasil. Inclusive, a fazenda de Luciano já tinha arrebatado o segundo lugar na 4ª edição do Concurso Nacional de Qualidade de Cacau, em 2022. Falando em segundo lugar, o cacau brasileiro também ganhou uma medalha de prata na competição, graças ao Sítio Ascurra de Robson Brogni, também de Medicilândia. 

Na categoria da América do Sul, dividem a medalha de ouro com o Brasil também fazendas representantes do Peru, Colômbia e Equador. Já na medalha de prata há representantes da Bolívia e do Equador. A medalha de bronze foi ganha por um representante do Peru e outro da Venezuela.

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