Como os cientistas rastreiam o ciclo solar?

Felipe Miranda
(Créditos da imagem: David Hathaway, NASA, Marshall Space Flight Center).

Iniciou-se, agora, o novo ciclo solar, e o que isso significa nós abordamos neste texto. Mas afinal, como os cientistas rastreiam o ciclo solar? Qual é o parâmetro seguido para se determinar isso?

O Observatório Mount Wilson, nos Estados Unidos, já se tornou o lar do astrônomo Steve Padilla. Todos os dias ele segue os mesmos rituais que se fazem por ali desde 1912. 

Ao embarcar em um elevador externo, sobre até o topo dos telescópio, a cerca de 50 metros do solo. Lá, ele ajusta cuidadosamente os espelhos. Depois, pega seus lápis de grafite para esboçar as manchas do Sol.

Há mais de mil anos os humanos fazem isso. Mas somente nos últimos 400 anos que se passou a ter um maior detalhamento, com o advento do telescópio. Mas mesmo antes da invenção do telescópio, o ser humano se fascinava e estudava os astros.

Explicando o ciclo solar

Essas manchas solares são importantes para que possamos entender a atividade do Sol. Quando mais manchas, mais perturbações magnéticas. As perturbações magnéticas criam os ventos solares e ejeções de massa coronal.

Em resumo, em torno do Sol há a coroa solar, que chega a alguns milhões de graus Celsius. Essa coroa é formada por plasma, um estado altamente energético da matéria.

Quando ocorrem essas perturbações magnéticas nas manchas solares, essas partículas carregadas são lançadas ao espaço. Chamamos isso de ejeção de massa coronal.

Portanto, entender o comportamento do Sol é importante. Esse plasma lançado pelo Sol poderia causar problema aos nosso satélites, aos eletrônicos na Terra e aos astronautas no espaço. O vídeo abaixo, feito pela NASA, explica um pouco sobre:

Em 2025, o máximo solar chegará. Nesse período, as manchas estão em seu auge, e ele nos atingirá com muita energia. Nós humanos não sentiremos nada, no entanto.

A cada 11 anos o ciclo se repete, e nossa vida permanece a mesma. Entretanto, se esse plasma estiver muito forte, poderia queimar eletrônicos e redes elétricas por toda a Terra. E os satélites estão ainda mais expostos.

Além disso, em 2024, a NASA planeja a Artemis. Trata-se da próxima missão tripulada para a Lua. Por estar próximo do máximo solar, os cientistas precisam ficar mais apreensivos ainda, pois os astronautas não terão o campo magnético da Terra os protegendo.

Tentando acertos, conhecendo os erros

“A coisa mais importante a lembrar sobre as previsões é que você vai se engana. Você nunca vai ser perfeito. É o que você aprende com isso que permite que você progrida em suas previsões”, explica Dean Pesnell, especialista em ciclo solar.

Há dias também sem manchas. “Não há pontos para desenhar, então só tenho um papel sem nada nele”, explica Padilla em um comunicado de imprensa da NASA.

Fazer desenhos pode parecer algo arcaico de mais. Entretanto, é muito mais simples do que fotografar e depois processar toneladas de dados. Fotos não são necessárias nesse caso. O GIF abaixo mostra uma animação com uma série desses desenhos.

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Mas isso não quer dizer que o trabalho é fácil. O mínimo solar, que representa a troca de ciclo, foi atingido em dezembro de 2019. Entretanto, apenas agora, em setembro, os cientistas foram capazes de confirmar.

Em breve, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) pretende lançar a Space Weather Follow-On L-1 (SWFO-L1). Trata-se de uma sonda especializada em entender o “clima espacial”, e deve nos trazer mais facilidades nesse trabalho.

Com informações de NASA.

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