Cientistas revelam novos recordes mundiais de relâmpagos

Lorena Franqueto

Os relâmpagos são os clarões que aparecem no céu depois de uma grande descarga elétrica. Em um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), lançado no dia 1º de fevereiro, duas tempestades provocaram novos recordes mundiais de relâmpagos. Ambos os eventos aconteceram em 2020 e contaram com um fenômeno de longa duração e outro de longa extensão.

Quais foram os recordes?

Primeiramente, em 29 de abril de 2020, aconteceu o relâmpago mais longo em extensão da história. Ou seja, um único registro do clarão se estendeu por 768 km, cruzando três estados dos Estados Unidos. Segundo o relatório, esse fenômeno cruzou o Mississipi, a Louisiana e o Texas. Antigamente, o recorde mundial em distância de um relâmpago era de um registro no Brasil, em 2018, quando um clarão alastrou-se por 709 km.

Já o segundo recorde foi em maior duração, isto é, tempo de iluminação no céu. Em 18 de junho de 2020, um relâmpago durou 17,1 segundos durante uma tempestade ocorrida no Uruguai e no norte da Argentina. O anterior também ocorreu na Argentina, porém com uma duração de 16,8 segundos numa tempestade em março de 2019.

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A captura do relâmpago do dia 29 de abril de 2020, nos Estados Unidos.

Ainda, vale ressaltar que, geralmente, um raio não dura mais que 1 segundo e o clarão se estende por menos de 20km. Além disso, é importante pontuar que os locais desses recordes são mais propensos à tempestades intensas.

Portanto, os dois recordes mundiais de relâmpagos em 2020 são grandes exceções e suas detecções cada vez mais comuns, graças às melhorias nas tecnologias. De acordo com Randall Cerveny, professor de geografia da Arizona State University, “É provável que ainda existam extremos ainda maiores e que possamos observá-los à medida que a tecnologia de detecção de raios melhorar”.

A observação dos recordes mundiais de relâmpagos:

A OMM também relatou no relatório sobre os perigos dos raios, apelando para ações de cuidado e proteção. Em 1975 e 1994, dois graves acidentes envolvendo tempestade aconteceram no Zimbabué e Dronka, respectivamente. Inclusive, durante essas situações ocorreram mortes de diversos cidadãos.

Enquanto no passado os registros aconteciam com instrumentos terrestres, atualmente a tecnologia está muito melhor. Sendo assim, os fenômenos revelados no relatório do OMM dependeram de observadores de satélites.

O registro dos eventos aconteceu com o auxílio de dois instrumentos a bordo dos satélites GOES-16 e GOES-17. Sendo que a operação dos dois é responsabilidade da NASA  e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA). Ademais, instrumentos para análise de raios e relâmpagos em satélite como esses, também depende do Meteosat Third Generation Lightning Imager, da Europa, e o FY-4 Lightning Mapping Imager, da China.

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