Cientistas criam robô “Exterminador do Futuro” com pele viva feita de fungos

Damares Alves
Imagem: Antoni Gandia

Uma equipe de pesquisadores da Espanha e da Inglaterra desenvolveu uma pele viva que parece ter saído direto do cinema! Feita de fungos, ela é capaz de sentir a luz e o toque simultaneamente.

Inspirada no filme “O Exterminador do Futuro”, de 1984, a estrutura viva poderá ser utilizada no futuro como um sensor sustentável e biodegradável para uma ampla gama de dispositivos eletrônicos.

Os sensores eletrônicos que detectam estímulos como luz, temperatura e umidade já existentes são geralmente constituídos de silicone e sua produção é muito complexa. Além disso, esses sensores possuem limitações de detectar alguns estímulos simultaneamente.

Os pesquisadores revestiram os pequeno protótipo com ágar e depois o cobriram com o fungo. Imagem: Antoni Gandia
Os pesquisadores revestiram os pequeno protótipo com ágar e depois o cobriram com o fungo. Imagem: DOI: 10.21203/rs.3.rs-3292325/v1

Por outro lado, seres vivos como os fungos são muito mais simples de cultivar e têm a capacidade de perceber uma variedade maior de estímulos ao mesmo tempo, incluindo tato, temperatura, umidade e níveis de luz.

Levando isto em consideração, os pesquisadores testaram a pele fúngica em um robô ao estilo Exterminador do Futuro.

“Há uma cena em ‘O Exterminador do Futuro’ em que eles implantam a pele no robô”, disse Antoni Gandia, da Universidade Politécnica de Valência, na Espanha, coautor de um artigo recente, que está atualmente em revisão, à New Scientist.

Gandia e seu colega, Andrew Adamatzky, da Universidade do Oeste da Inglaterra, usaram uma espécie de fungo chamada Ganoderma sessile, este micélio é crescer em diversas condições. 

Eletrodos robô exterminador do futuro
Quando a equipe anexou eletrodos ao modelo, eles descobriram que o fungo era sensível à luz e ao toque, produzindo diferentes sinais elétricos em resposta. Imagem: DOI: 10.21203/rs.3.rs-3292325/v1

Eles revestiram um protótipo de Terminator de cerca de 18 centímetros de altura com ágar para estimular o crescimento do fungo. A pele fúngica cobriu todo o robô em apenas cinco dias.

Quando a dupla de pesquisadores anexou eletrodos ao pequeno robô, a pele organica foi capaz de sentir detectar a luz e toque.

Em seu artigo, ainda em revisão, os pesquisadores o chamam de “micélio séssil vivo, auto-regenerador e reativo de Ganoderma” que transformou uma “estatueta modelo de ciborgue” em uma “entidade biocibernética”.

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