As maiores religiões do Brasil

Felipe Miranda
Catedral da Sé, em São Paulo. Imagem: Wikimedia Commons

O Brasil é um país de dimensões continentais e, por isso, muito diverso. Mas não é tão difícil assim adivinhar as maiores religiões do Brasil. O Brasil é, por lei, um país de Estado laico e com liberdade religiosa garantida. A intolerância religiosa, embora muito presente, é proibida.

Como o brasileiro interage com a religião explica muito de nosso passado, desde o início da invasão europeia das Américas, até agora, com o crescimento das religiões evangélicas pelo país. A maior parte do Brasil é, de longe, cristã. No entanto, é interessante como a divisão das duas grandes alas do cristianismo — catolicismo e protestantismo — se dividem e se alteram ao longo do tempo.

A religião rege muito o teatro político no Brasil, conforme observamos nas corridas eleitorais brasileiras, não só desse ano, mas de toda a história do Brasil democrático. Em uma pesquisa realizada nesse mês pelo Datafolha, 48% dos brasileiros disseram dar muita importância à religião para definir seu voto.

O censo demográfico do IBGE de 2022 está em andamento. Esses censos, realizados a cada década, trazem um raio-x da população brasileira, fornecendo detalhes a respeito de diversos pontos importantes. Esses pontos auxiliam, de maneira muito importante, no direcionamento de políticas públicas e a entender o que ocorre em nosso país.

Portanto, para listar as maiores religiões do Brasil, nos baseamos nos dados do censo de 2010. Esses valores estão sujeitos, obviamente, a mudanças, conforme constatado em pesquisas complementares, mais recentes, também utilizadas aqui.

As maiores religiões do Brasil

1. Catolicismo Romano

  • 65,6% da população

Conforme o censo demográfico do IBGE de 2010, 123,28 milhões pessoas no Brasil se identificavam como católicas. O valor corresponde a 65,6% da população do Brasil naquele ano.

Maiores religiões do Brasil
O catolicismo está entre as maiores religiões do Brasil. Imagem: Pixabay

2. Protestantismo (religiões evangélicas)

  • 22,2% da população

Em 2010, cerca de 42,2 milhões de brasileiros de declaravam como evangélicos e protestantes – entre todas as denominações. Há, se não centenas, dezenas de denominações evangélicas pelo país. No entanto, são todas unificadas pela oposição a alguns pontos do catolicismo, como a não presença de imagens e a não presença dos santos.

3. Sem religião

  • 8% da população

Mais de 15 milhões de brasileiros, ou 8% da população, se declarou sem religião. Esses 8% estão divididos entre ateus, agnósticos e deístas.

4. Espiritismo

  • 2% da população

Cerca de 3,8 milhões de pessoas, ou 2% da população, se declarou como espírita em 2010. No Brasil, o espiritismo, doutrina cristã com a crença na reencarnação, é relativamente famoso, embora não tão grande quanto o catolicismo e o protestantismo.

Mudanças no cenário religioso brasileiro

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Imagem: Pixabay

Em uma pesquisa realizada em 2022 pelo Datafolha, 49% dos entrevistados se disseram católicos; 26% evangélicos e 14% sem religião. Portanto, observamos uma queda no catolicismo e um aumento nas religiões evangélicas e no número de pessoas sem religião.

Vale ressaltar que as pesquisas menores, realizadas por institutos como o Datafolha, não são tão precisas quanto um censo demográfico. Mas são mais rápidas, podem ser feitas com maior frequência, e entregam dados que podem ser comparados com os censos, pois carregam o incrível método científico da estatística por amostragem.

Essas mudanças são importantes porque o Brasil, como um país moderno, nasceu católico, influenciado por Portugal — país que colonizou o Brasil e que, consequentemente, trouxe sua cultura, extremamente católica.

Ainda conforme a pesquisa do Datafolha, entre os jovens com 16 a 24 anos, a falta de uma religião chega a 30% dos entrevistados no estado de São Paulo — porcentagem maior do que a de evangélicos (27%), católicos (24%) e outras religiões (19%). No Rio de Janeiro, os jovens sem religião são 32%.

A religião possui grande importância política, social e cultural, e essas mudanças ocorrendo são interessantes. Como essas mudanças, nas maiores religiões do Brasil refletirão na política e cultura do país?

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