Peixe-bruxa aprendeu a sobreviver a qualquer ataque de tubarão

Ruth Rodrigues

Os tubarões são conhecidos por serem o rei dos mares. Isso deve–se ao fato de serem excelentes predadores. Sua agilidade dentro da água ocorre graças a presenças de órgãos sensoriais chamados de ampolas de Lorenzini. É uma estrutura presente no focinho do animal que serve basicamente de bússola, pois é através dela que os tubarões conseguem sentir a presença de presas mesmo distantes, lhe dando senso de direção.

Características

São animais pertencentes ao filo Chordata, e inclusos na classe dos Chondrichthyes. Somente no ato de abrir a boca e mostrar o quão forte sua mordida é, deixa os tubarões em outro patamar. No entanto, o fato de usarem muita força durante sua caçada faz com que ocorra um maior desgaste de seus dentes. Para que isso não interfira no seu ciclo de vida, os tubarões conseguem renovar sua arcada dentária de forma periódica.

Arcada dentária de um tubarão
(Imagem: Universidade de Bolonha)

Tubarões são predadores de quase todos animais, exceto um

Os tubarões se alimentam de qualquer peixe que estiver em seu campo de visão. Mas existe um animal que não vira sua presa. Conhecido popularmente como peixe-bruxa ou feiticeira, são animais de pequeno porte, chegando a medir até 1 metro de comprimento. Vivem na parte mais profunda do oceano, evitando predadores. Possui uma aparência, peculiar, e exibem aspecto de serem totalmente indefeso.

Na imagem, temos um peixe bruxa, inimigo dos tubarões, em seu habitat natural
(Imagem/Reprodução: PhysOrg)

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Não possuem garras ou dentes, seu corpo alongado e cilindro esconde o pior pesadelo para os tubarões. Em uma pesquisa feita por cientistas da Universidade de Chapman em parceria com a Universidade de Guelph, fez um levantamento de informações acerca do peixe-bruxa, e como a pele flácida desses animais os salvam das sucessivas investidas dos tubarões.

Ao final, os resultados obtidos deram vida ao trabalho intitulado “Loose skin and ‘slack volume’ protect Hagfish from shark bites” e foi publicado no Journal of The Royal Society Interface.

Como escapar do maior predador do mundo

Para que possa sobreviver ao ataque de tubarões, o peixe-bruxa consegue transformar a água presente em um líquido altamente viscoso, como uma espécie de gosma. Isso ocorre porque esses animais contam com a presença de glândulas incríveis espalhadas por todo o comprimento de seu corpo. Ao sofrerem alguma tentativa de tubarões, essas glândulas especializadas são ativas rapidamente, e incham ao entrar em contato com a água.

Na imagem, gosma liberada pelo peixe bruxa como mecanismo de defesa
(Imagem: The Canadian Press)

Após ter todo o seu corpo revestido e altamente protegido, se tubarões tentarem atacar sofrerão consequências, sendo a pior delas, sensação de sufoco. Essa sensação ocorre após o contato direto da gosma nas guelras dos predadores.

Se observarmos detalhadamente o vídeo, podemos perceber que o tubarão tentou atacar 14 vezes, no entanto, todas as tentativas foram más sucedidas. Os tubarões podem até dominarem os mares, e ser temido por todo a fauna aquática, porém, eles não são páreo para o peixe-bruxa. Essa técnica de defesa vem sido utilizada por mais de 300 milhões de anos, o que favoreceu para que esses animais conseguissem sobreviver durante todos esses anos, evitando extinção.

(Imagem: Museu da Nova Zelândia)

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